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Em sua participação no programa Conversa ao Pé do Rádio na última terça-feira (18), o ícone Carlos Velasco trouxe uma importante reflexão a respeito do assassinato do então prefeito Celso Daniel, e do fato de ainda imperar em alguns meios a narrativa de que fora um sequestro sem sucesso, um suposto “plano que deu errado”. Ora, tivesse dado certo, teria o prefeito sido liberto e então se quedaria-se calado por toda a eternidade? Com honestidade, em que planeta um chefe do poder executivo manteria-se silente, sem se pronunciar publicamente a respeito do ocorrido e tampouco tomar qualquer medida a respeito? Sem esforço, percebe-se a falta de correspondência entre a narrativa e plausibilidade do argumento que pretende sustentar.
Tal percepção nos traz de volta a algo que parece ter escapado aos que se aventuram a analisar os fatos: o raciocínio hábil que contesta ao mesmo tempo em que busca o mais bruto sentido por trás de cada situação. Para nós, talvez seja uma linha de reflexão com utilidade semelhante à pergunta lógica Cui bono? – quem se beneficia, em tradução livre – hoje muito convergente com as análises direcionadas à guerra híbrida.
Essa mesma forma de pensar nos permite analisar o contexto em que as Forças Armadas Brasileiras estão atualmente inseridas, diante da produção política-histórica que presenciamos em nossa pátria. Conhecendo parte do quadro dos comandos, forçoso conceber que admitirão levar consigo a marca institucional de terem responsabilidade no desastre do Estado como Estado. Afinal, a participação das Forças Armadas no atual governo é indissociável. Então, se ainda houver algum nacionalismo dentre os quatro estrelas – seja ele inspirado em Vargas, Médici ou Geisel -, e se a denominada ala desenvolvimentista for real, são estes grupos merecedores de confiança, suporte e tonificação.
Em verdade, essa compreensão nos leva a outro ponto de relevância: a possibilidade de que os analistas participem ativamente do processo, sem ceder lugar necessariamente à descrença e descrédito, que fazem do analista apenas um antagonista. Passa-se à escolha de uma posição responsável de participação no protagonismo dos rumos da nação. Até porque, sejamos honestos, a dita ala desenvolvimentista se mostra muito mais acessível que os conhecidos interventores que materializam o empenho internacional contra o nosso risorgimento como nação destinada à grandeza por natureza.
Portanto, a sugestão é de que passemos a nos atentar às possibilidades – ao invés das inviabilidades. A rigor, a falta de viabilidade parece ser natural, já que Jair Bolsonaro não é um presidente que surgiu de movimentos tão cirúrgicos quanto Vladimir Putin; tampouco se compara ao presidente turco Recep Erdoğan, que inclusive ostenta a posição de fundador do Partido Justiça e Desenvolvimento, que capitaneia um vigoroso plano de recuperação econômica nacional, além de vultosos investimentos na melhoria das estruturas públicas e da infraestrutura nacional.
Necessário reconhecer que Jair Bolsonaro é puramente Jair Bolsonaro, à medida que também é fundamental compreender os interesses que hoje orbitam seu entorno próximo, e os personagens que lhe oferecem suporte. Certamente esse é um ponto de partida para que os analistas não se tornem apenas antagonistas – até porque, a alcunha já foi tomada pelo conhecido portal de notícias e opiniões que não se furta a assumir sua natureza.
por Vicentino
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