Agentes do governo venezuelano teriam visitado endereços de diferentes emissoras de seu país, apreendido materiais e equipamentos, com mídias sendo acusadas de desenvolver atividades contra o governo.
As primeiras notícias da suposta ação do governo venezuelano contra as mídias foram anunciadas pelo Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa da Venezuela (SNTP, na sigla em espanhol) nesta sexta-feira (8).
Segundo o sindicato, pelo menos 13 agentes governamentais visitaram dois escritórios do canal de TV on-line Venezuelanos Pela Informação (VPItv) na capital, Caracas.
Na ação, os agentes teriam levado equipamentos usados pela mídia, tendo sua abordagem sido executada sem aviso prévio.
Funcionários da VPItv foram inquiridos sobre suas atividades, enquanto a sede do diário Panorama na cidade de Maracaibo foi fechada também nesta sexta-feira, publicou o portal Infobae.
Financiamento externo contra Maduro
Por sua vez, o portal El Universal, citando uma reportagem do diário britânico Daily Maverick, divulgou um contrato milionário entre o Reino Unido e alguns canais de informação venezuelanos, assim como o próprio SNTP, como parte de um projeto de promoção do “jornalismo de investigação” na América Latina.
Tal projeto teria como objetivo, segundo as autoridades venezuelanas, “influenciar a agenda da imprensa no país” e utilizar as mídias como ferramenta de domínio social.
Ao mesmo tempo, a cadeia de televisão estatal venezuelana Globovisión acusou os meios Efecto Cocuyo, Caraota Digital e El Pitazo de serem “financiados para derrubar o governo de [Nicolás] Maduro”.
O chanceler venezuelano Jorge Arreaza também fez declaração semelhante contra o Reino Unido: “Denunciamos a grosseira ingerência do governo do Reino Unido nos processos internos da Venezuela. Enquanto sequestram o ouro venezuelano necessário para combater a COVID-19, financiam meios e organizações da oposição. Levaremos esta denúncia à ONU”. Disse ele em sua conta no Twitter.
De acordo com as autoridades venezuelanas, o governo britânico apoiou financeiramente, entre janeiro de 2016 e setembro de 2018, diversas mídias e organizações relacionadas à oposição.
Publicado no Sputnik Brasil em 09.01.2021.