
Por Felipe Quintas.
O encontro de Lula e FHC, mediado por Nelson Jobim, presidente do Conselho de Administração do BTG Pactual (logo de onde), no mesmo dia em que Lula assume sua candidatura presidencial, serve para FHC, o cafetão-mor da República desde 1994, dar a sua fé pública de que Lula é confiável aos monstros que rapinam o Brasil.
A Carta aos Brasileiros de 2002 é fichinha perto do que vem por aí, uma mistura de Paulo Guedes na economia com Djamila Ribeiro na cultura. Um país que não terá soberania, emprego, direito trabalhista, desenvolvimento, seguridade social, nada disso. Pré-sal, Amazônia, energia, tudo da banca e não se fala mais no assunto. Mas teremos programas sociais desenhado por especialistas do Banco Mundial como o PAC – Programa de Aceleração das Cotas, Pronaf – Programa Nacional do Funk, Meu Crack Minha Vida, Lockdown para Todos, gafanhoto na cesta básica e por aí vai. Quem reclamar será denunciado pelo Ministério Público por intolerância, “qualquercoisafobia”, negacionismo e por aí vai.
Nada disso sai da cabeça do Lula, não era o que ele faria naturalmente. Mas o antigo Lula, que projetou o capital brasileiro no mundo e fez o miserável comer carne e andar de avião, continua preso e incomunicável. O novo Lula não vai projetar nada além do Grande Reset que, se começou no Atlântico Norte em 2020, aqui começou em 1990, quando Collor anuncia a modernidade, consolida-se em 1994 com o Plano Real, que sacramenta a absorção do Brasil pelo eixo Wall Street-City, e ganha impulso renovado em 2013, quando Dilma inaugura a Lava Jato e encerra a colher de chá que o Lula nos proporcionou nos anos 2000, levando-o à prisão para mostrar a ele quem é que manda e qual Lula poderia sair da cadeia e se candidatar.
Sabem a última imagem do Bruno Covas, raquítico e de máscara? Esses somos nós, mais de 200 milhões de brasileiros, no novo Brasil, que já começou.
E ai de quem reclamar de toda essa vergonha. De Reinaldo Azevedo a Jean Willys, os neoptminions gritarão de maneira ensurdecedora que se trata de negacionismo, fake news e daí para frente. Quando houver um novo Estado nacionalista no Brasil, teremos gosto de apagar essas figuras faustianas da História.