Os sociólogos de plantão, gente que acha que se aprende tudo na vida na teoria, porque só consegue ter acesso ao que já foi escrito por alguém, falham miseravelmente numa análise básica que eles, pela sua própria mediocridade, não conseguem alcançar.
Como falei: o medíocre, o profissional de carteirada, só consegue reproduzir aquilo que já foi feito por outros. Ele não consegue enxergar uma coisa extremamente basal numa sociedade.
Mas muito bem, a pergunta que se faz é muito simples: Aonde você quer chegar com essa retórica e com esse questionamento, o que você quer dizer com isso tudo?
A coisa mais simples do mundo! A Sociologia e as áreas de Humanas não conseguem enxergar a tempo fenômenos e modificações estruturais de uma sociedade, nem os efeitos deletérios que essas modificações acarretam na prática a todo conjunto da convivência humana.
O fenômeno da droga, o altíssimo poder de corrupção da droga que corrói as estruturas sociais já implantadas, não foi percebida em momento algum pela Sociologia e pelas Humanas porque simplesmente, há décadas, ninguém produz nada de novo apenas reproduz o que já está pronto.
É velho e arcaico o conceito de que o Estado falha apenas em não entregar o básico a um grupo de cidadãos na periferia, no que convencionamos chamar de “comunidades”, e assim abrir espaço para sodomização dos mesmos por forças malignas que seriam fruto apenas da omissão do Estado.
Descartam, sem nenhum tipo de análise séria ou algum estudo profundo, a desregulamentação total do uso de substâncias tóxicas; descartam o glamour exercido pelo poder da violência desses grupos e descartam, principalmente, a lei do menor esforço, que fascina muito jovens. Afinal é mais fácil aprender a manusear um fuzil do que um complexo torno ou um equipamento industrial.
Esses sociólogos e gente oriunda da área de Humanas oferecem receitas de bolo vencidas e não aplicáveis como a panaceia para a resolução de todos os males provocados por um efeito novo, por um produto e um fenômeno que não é estudado com honestidade pelo setor.
Para esse conjunto de profissionais, que, diga-se de passagem, no momento, tem uma penetração e uma voz na sociedade bem maior do que deveria ter, basta apenas o Estado fornecendo escola, saneamento e condições mínimas de sobrevivência que tudo estará resolvido.
Fecham os olhos para a realidade que não é a falta de estrutura urbana do entorno ou da favela que dá a proporcionalidade dessa escala do mal que assola toda a nossa sociedade.
De forma desonesta, esquecem propositalmente de observar que a maior parte da violência do narcotráfico vem de regiões mais pobres da cidade, porém com uma infraestrutura de fazer inveja a maioria das cidades pequenas e médias brasileiras, por exemplo, a Cidade de Deus é um bairro totalmente urbanizado tipo de classe média assolado por essa praga.
Mas não é o único caso, existem centenas de outras comunidades da periferia na mesma situação, há asfalto ou calçamento, existem escolas, creches, postos de saúde e toda uma infraestrutura mínima, o que é negado pelo discurso de “ausência de Estado”.
Esquecem convenientemente de dizer que não adianta criar centros sociais, postos de saúde, escolas e colocá-las nesses locais conflagrados, pois ao fazer isso o estado estaria doando tudo isso como material de persuasão e ferramenta de troca desse grupo criminoso com a sociedade. Na realidade, eles passariam a ser donos desses complexos sociais e os profissionais lá empregados passariam a lhe dever obediência. É isso ou a morte.
Quando o Estado e suas estruturas falham, não só por sua causa e onde é constatado o flagrante de respeito ao conjunto de leis que rege a sociedade, só basta como alternativa a esse Estado agir com a força. Isso não é uma opção ou uma escolha, é obrigação de um estado organizado.
Traduzido para o português mais claro: devemos dizer e afirmar que após o aparecimento desse fenômeno da violência armada nesses moldes expostos, só resta ao Estado a eliminação física desse tipo de indivíduo.
Só resta ao conjunto da sociedade representado pelo Estado nesse momento gritar bem alto: “Aqui! Isto nos pertence, aqui quem deve mandar somos nós!”. Quer seja pela liberdade de movimento, pela escolha de associações de moradores ou da forma que for bem entendido por esse conjunto de pessoas.
Todo e qualquer movimento de força paralela novo e não identificado deve ser combatido, eliminado, aniquilado. A garantia básica de ir e vir é o Artigo 5o. da Constituição Federal, causa pétrea da mesma deve ser elemento primário de um compromisso entre o Estado e o conjunto de pessoas que formam a sociedade.
Aos sociólogos e profissionais da área de Humanas sugiro que voltem para os bancos escolares com humildade, que pesquisem mais, que sejam melhores profissionais e que produzam algo novo adaptado às novas realidades e não apenas ficar deitado em berço esplêndido sobre obras e conceitos que muitas vezes ultrapassam 200, 300 anos e aplicá-los numa sociedade que, a cada década, muda a sua cara e o seu comportamento.