O governo da Federação Russa publicou no último dia 2 de julho um documento que define sua Estratégia de Segurança Nacional.
Neste documento, estabelece os Estados Unidos e o Ocidente como ameaças, pela contínua expansão da OTAN para países da vizinhança russa, pela colocação de armas apontadas para Moscou e pela promoção de organizações de informação, ONG´s, mídia e think tanks, que promovem ataques aos valores morais, culturais e espirituais do povo russo.
O documento também destaca as ameaças econômicas, pedindo que a Rússia dependa o menos possível do dólar e diversifique seu parque industrial tecnológico, de modo a depender menos de investimentos externos neste setor, atraindo cientistas e desenvolvendo uma indústria menos dependente de combustíveis fósseis.
No plano diplomático, sugere que se dê ênfase às parcerias estratégicas com a China e a Índia, bem como demais países de fora do Ocidente, incluindo os ibero-americanos. Os BRICS também são mencionados.
Assim, é estendida uma mão ao governo brasileiro, que bem poderia se beneficiar, ainda que pese o apoio de setores do governo à Ucrânia e a participação de forças militares brasileiras em exercícios conjuntos com frota da OTAN no Mar Negro. Dois fatores que podem prejudicar o usufruto dessa janela de oportunidade, dado o estado de beligerância entre Rússia e Ucrânia.
Esta é a luz no fim do túnel. Resta saber se temos um estadista à altura deste novo cenário geopolítico.