
Por Felipe Quintas.
Um novo apagão, inevitável em decorrência da espoliação sem limites que o país sofre, seria uma verdadeira tragédia e custaria muitas vidas, empregos e tudo mais.
Apesar de tudo, seria um necessário chamamento à realidade para vários grupos políticos, que, a essa altura, estão completamente alheios ao mundo real na sua busca ensandecida por tirar uma lasca do país e melhor atender à cleptocracia agiota transnacional, e, também, para a sociedade.
Para o governo e o bolsonarismo, bem como seus parceiros de privatismo (Judiciário, grande mídia, Congresso etc.), seria a prova definitiva da calamidade que representa o privatismo desenfreado e criminoso, que, ao colocar os órgãos vitais do país a serviço unicamente da especulação financeira, inviabiliza tudo aquilo do que a sociedade e os indivíduos precisam para subsistir e existir. Ou o bolsonarismo e seus parceiros caem na real ou serão fulminados pela realidade.
Para a esquerda, seria a lembrança de que a verdadeira ameaça não é o golpe militar “turbotecnomachonazifascista”, mas esse mesmo privatismo com o qual ela jura fidelidade nos bastidores, em troca de um novo mandato presidencial para aplacar a abstinência de cargos brasilienses. Ou a esquerda cai na real ou também será fulminada.
Para a sociedade, desmontaria de vez a ilusão que é tentar ganhar a vida e superar as dificuldades com esquemas de pirâmide como bitcoin e bolsas de valores, feitos por meia dúzia de espertalhões para lavarem dinheiro do crime organizado internacional com as parcas economias de milhões de otários. Bitcoin e ação na bolsa não iluminam a casa de ninguém. Sem políticas de geração de empregos, de proteção ao trabalho, de direitos sociais, de investimentos em infraestruturas para ampliar os serviços públicos, só restarão ao povo miséria e escravidão.
Em resumo, o Brasil precisa de ESTADO. Estado de verdade, Estado-nação, com instrumentos robustos e efetivos de planejamento do país para fazê-lo alcançar patamares materiais e existenciais superiores. Não esse simulacro disfuncional de Estado, a serviço apenas de estelionatários financeiros, máximo para soldar as portas dos comércios e impedir o direito de ir e vir das pessoas mas inexistente para investir no setor elétrico e evitar mais um apagão.