
O princípio norteador de toda política externa de um Estado soberano deve ser a fidelidade ao interesse nacional. No Brasil, tem sido assim, pelo menos, desde a época em que o Barão do Rio Branco comandava o Ministério das Relações Exteriores, no início da República.
Na verdade, o próprio Barão apoiava-se em ombros de gigantes, tendo em vista o surgimento de uma tradição de estadistas, desde a época anterior à Independência, que frutificou nele em outros luminares, como José Bonifácio. Trata-se da tradição dos políticos saquarema, estudada por intelectuais como Oliveira Vianna, que buscou atualizá-la na Era Vargas, e mais recentemente por José Murilo de Carvalho, na obra “A Construção da Ordem”.
Em linhas gerais, a tradição saquarema guiava-se pela defesa do Estado centralizado e uma postura pragmática em torno dos conflitos internos e externos os quais se apresentavam à nação. Em nome da ordem, realizar reformas políticas e sociais necessárias, mas mantendo a força do Estado, e procurar a inserção do país acima dos alinhamentos existentes nas relações internacionais. Tal postura permitia a mudança de posições até inesperadas.
Em tempos mais recentes, foi a política do diplomata Araújo Castro, que, diante da distensão da Guerra Fria construída por Richard Nixon (então presidente dos EUA) e Leonid Brezhnev (dirigente máximo da URSS), denunciou o congelamento do poder mundial no boicote das grandes potências ao programa nuclear brasileiro. O mesmo diplomata, quando representante do Brasil na ONU influiu de maneira fundamental na primeira conferência mundial sobre o clima, fato vergonhosamente desvalorizado pela nossa imprensa e academia, de modo a vincular a defesa do meio ambiente ao direito ao desenvolvimento, conquistando amplo apoio dos países do chamado “Terceiro Mundo”.
Hoje, Lula vai aos EUA buscando consolidar uma relação amistosa com a grande potência do Ocidente. Compromete-se, de forma acuada, a seguir a agenda de “desmatamento zero”, de obter migalhas para o Fundo Amazônia (sendo que US$ 50 milhões é troco de bala perto do que a União se compromete por mês com os juros da dívida pública) e em condenar a Rússia pela “invasão” ao Donbass.
Sobre este último ponto, seu próprio assessor para assuntos internacionais e amigo pessoal, o ex-chanceler Celso Amorim parece fazer pouco caso da tradição à qual mencionamos ao comparar o atual conflito com a invasão dos EUA ao Iraque. Como se ele não soubesse que há uma guerra civil e movimento separatista desde a eclosão do golpe de Estado ao Euromaidan, que a grande maioria da população do Donbass mais se identifica com a Rússia do que com o atual Estado ucraniano, dominado por Batalhões de Azov que se misturam às forças armadas regulares da Ucrânia. Como se os Acordos de Minsk não tivessem sido usados por EUA, Reino Unido, Alemanha e França para embromar a Rússia e armar a Ucrânia, enquanto se mantinha a retórica da manutenção da paz.
O interesse nacional, Celso Amorim e Presidente Lula, que move a intervenção da Rússia nos territórios da Novorrúsia no Donbass, quando todos os minimamente informados deveriam saber que um país continental como a Rússia se vê cercado por uma Ucrânia armada pelo Ocidente que lhe é hostil. Mas, mesmo assim, decidem assentir com a posição dos EUA, em detrimento das boas relações construídas com a Rússia, sendo que, sejamos honestos, o próprio Lula em seus dois primeiros mandatos presidenciais.
Também quem poderá ignorar que Joe Biden não é nenhum aventureiro na política de seu país e esteve na vice-presidência durante os oito anos de Governo Obama? O mesmo presidente, saudado por grupos identitários em sua posse que mudou o foco da política externa de George W. Bush do Oriente Médio para uma série de revoluções coloridas pelo planeta, desde a Ucrânia, do golpe fracassado contra Erdogan em 2016 até a desestabilização da América do Sul, Brasil e Venezuela sobretudo. “Jornadas de Junho de 2013” e Operação Lava Jato incluídas.
Do mesmo modo, é impossível que o Itamaraty não esteja vendo que a Rússia está longe de ser o país que OTAN, o Ocidente do Norte, quer que ela seja. As sanções estão sendo ignoradas pelos países árabes, pela Índia, pela China, para não falar dos africanos, que deram um rotundo “não” ao presidente francês quando ele foi, há alguns meses, pedir a eles o corte de relações com a Rússia. Ao invés disso, o Grupo Wagner tem aumentado a presença nesses países a pedido dos próprios líderes, de forma mitigar uma das grandes mazelas do continente africano: as guerras civis e conflitos de grupos terroristas insurgentes, tal como o Boko Haram, por exemplo.
Restou ainda mencionar a adoção pelo governo brasileiro, da “cruzada contra a extrema direita”, que leva seu governo a se imiscuir na política interna dos EUA, com as reuniões com figuras que não são as maiores autoridades daquele país, mas simples lideranças do campo progressista local, como Bernie Sanders e Alexandra Ocasio Cortez. O que encontra um paralelo, ainda que com sinal trocado, da postura do Governo Bolsonaro, com seus filhos e seu entourage socializando-se por meio de encontros com figuras do campo trumpista-republicano, emblematizado no desfile de Eduardo Bolsonaro com o boné do ex-presidente norte-americano.


Muito longe da perseguição do interesse nacional, o que a viagem de Lula aos EUA, logo no seu segundo mês de mandato, sinaliza é acomodação do seu governo no campo da OTAN, dentro do nicho progressista-identitário ao qual Lula e seu entorno, sobretudo, parecem querer se colocar. Assim, relativizam a soberania em relação à Amazônia e comprometem-se a uma “agenda climática” sem contrapartidas para o Brasil, sendo o próprio Fundo Amazônia que o Brasil vende parte dessa mitigação do poder soberano do país sobre seu próprio território. Lula ainda é o mesmo de antes que se compromete com as ações contra a pobreza extrema, mas parece fazer isso dentro da asa dos países do Ocidente, campeões da causa progressista em nível mundial.
De qualquer forma, trata-se de um Lula a quilômetros de distância do mesmo que recebeu a visita do então presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad, a despeito de reclamações do governo estadunidense e de organizações da “sociedade civil”.
Assim sendo, diante de um cenário político que parece uma filial da clivagem estadunidense entre republicanos (Bolsonaro e seus aliados) e democratas (a “frente ampla” lulista), quem atualmente vai levantar a bandeira do interesse nacional, da construção de uma estratégia de desenvolvimento que enseja uma política externa independente?
Uma corretora de criptomoedas (Braiscompany) saqueou a cidade de Campina Grande na Paraíba. Uma cidade grande, que em 2014 já tinha 402.912 habitantes.
O detalhe é que a maioria das vítimas são evangélicos (os pastores picaretas faziam propaganda dentro das igrejas). Quem acredita na teologia da prosperidade é sempre alvo fácil para golpistas.
São pelo menos 10 mil famílias prejudicas, cada uma investiu no mínimo 6 mil. Foram no mínimo 60.000.000 de prejuízo, o MP da Paraíba fala em 600.000.000. Acredito que pode ser um golpe bilionário (mil milhões, como dizem em Portugal).
Uma corretora desconhecida fez esse estrago, fico imaginando o que vai acontecer quando começarem a cair as grandes corretoras.
As declarações do Lula sobre o conflito Rússia X Ucrânia são absurdas. Ele pensa que é uma simples briga de vizinhos? Ele age como um cachaceiro (esquerda caviar) que acha que pode resolver todos os problemas do mundo na mesa do bar.
Sobre a visita do Mahmud Ahmadinejad, quem mais reclamou foram os militares. Teve um general doutrinando pela Globo Golpista que ficou cheio de mimimi.
O pessoal tucano do Itamaraty ficou cheio de mimimi quando a Dilma cancelou o encontro com o palhaço japonês, mas ninguém falou nada sobre a Micheque ter matado as carpas japonesas (presente do palhaço japonês) para conseguir algumas moedas (gentalha miserável).