
Por Felipe Quintas.
Infelizmente o Brasil hoje não tem fronteira econômica, graças à política do Banco Central nos últimos 30 e poucos anos, durante todos os governos desde Collor. O Brasil virou um prostíbulo sem muro, completamente escancarado e vulnerável. Chega a ser chocante como a principal instituição monetária, sob os auspícios de todos os últimos governantes, deliberadamente construiu um arcabouço institucional para favorecer as “perdas internacionais”, desmontando toda a estrutura construída desde Vargas para manter as riquezas brasileiras dentro do Brasil.
Começou em 1991 (Collor-Francisco Gros) quando se permitiu aos “investidores institucionais” estrangeiros, ou seja, os grandes fundos monopolistas como BlackRock, Vanguard etc. entrarem sem maiores restrições no mercado acionário brasileiro, avançou em 2000 (FHC-Armínio Fraga) quando os especuladores estrangeiros passaram a ter o mesmo tratamento que os empresários brasileiros, em 2006 (Lula-Meirelles) quando se extinguiu o monopólio cambial do Banco Central, permitindo a bancos privados e estrangeiros operarem livremente o câmbio do país, em 2008 (Lula-Meirelles) quando se permitiu aos exportadores colocarem 100% da sua arrecadação no exterior, e sacramentou em 2021 (Bolsonaro-Campos Neto) quando se revogou a tributação sobre remessas de lucro ao exterior, demolindo o último resquício de soberania cambial brasileira. Esse processo, até 2012, é descrito aqui.
Observação: todos os presidentes de bancos centrais que fizeram essa mudança se formaram e/ou trabalharam nos EUA.
Não admira que, desse jeito, nada que presta consiga crescer no Brasil. O país está sendo continuamente sangrado e tudo que se cria e produz aqui dentro acaba desaguando em paraísos fiscais no exterior, controlados por grandes grupos criminosos. O Brasil está se decompondo a olhos vistos, sequestrado por essa plutocracia da qual os políticos locais são meros fantoches e espantalhos, prestando-se a serem agentes do rebaixamento nacional.