Da RT.
O presidente iraniano Ebrahim Raisi advertiu na terça-feira que qualquer movimento hostil de Israel “levará à destruição de Haifa e Tel Aviv”. Falando em um desfile militar anual, Raisi pediu aos EUA e outras forças “extrarregionais” que deixassem o Oriente Médio para seu próprio bem.
À passagem de tanques e assistindo aos aviões de combate a jato voar, Raisi marcou o Dia Anual do Exército do Irã proclamando que “o menor movimento hostil” do “regime sionista” em Israel “levará à destruição de Haifa e Tel Aviv”, de acordo com a agência de notícias Tasnim do Irã.
Os líderes iranianos frequentemente usam o Dia do Exército para fazer ameaças bombásticas contra Israel e os EUA. No ano passado, Raisi emitiu um aviso semelhante, dizendo que as forças armadas do Irã teriam como alvo “o centro do regime sionista” se Israel fizesse “o menor movimento contra a nação do Irã”.
Entretanto, o discurso deste ano veio em meio a tensões mais altas do que o normal entre as duas potências regionais. O Irã culpou Israel por ataques de drones a uma usina militar em fevereiro, enquanto Israel acusou o Irã de violar seu espaço aéreo com uma aeronave não tripulada no início deste mês. Enquanto isso, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu advertiu repetidamente que o Irã está à beira de enriquecer o urânio para armas, declarando no mês passado que uma “horrível guerra nuclear” ocorreria se o Irã desenvolvesse armas atômicas.
Teerã nega que esteja desenvolvendo armas nucleares e vem rejeitando os esforços dos EUA para convencê-lo a voltar a um acordo em que congelaria o enriquecimento em troca de alívio de sanções.
No discurso de terça-feira, Raisi destacou os EUA como uma força desestabilizadora no Oriente Médio. “As forças extrarregionais e americanas devem deixar a região o mais rápido possível, porque isso seria para o benefício deles mesmos e da região”, disse ele.
Enquanto a Arábia Saudita é frequentemente um alvo da retórica de Teerã, o discurso de Raisi não fez nenhuma menção a Riad. O presidente, entretanto, disse que as forças armadas do Irã “apertariam de bom grado a mão das nações da região” dispostas a cooperar em questões de segurança mútua, provavelmente uma referência à recente aproximação entre os dois países negociada pela China.
Foto: AP/ Vahid Saleimi