
Por Movimento de Solidariedade Ibero-americana (MSIa).
Durante a sua campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se referiu em repetidas ocasiões à necessidade de se “abrasileirar” a política de preços da Petrobras, abandonando a Paridade de Preços Internacionais (PPI) vigente desde 2016. Esta semana, a direção da Petrobras anunciou uma nova política de preços para substituir a PPI, embora ainda não tenha ficado claro como será ela.
Na oportunidade, Lula saudou efusivamente a medida: “Estou particularmente feliz, e o povo brasileiro também vai ficar. Vocês estão lembrados que nós iríamos abrasileirar os preços da Petrobras, e começou a acontecer (G1/ 16/05/2023).”
Não obstante, 48 horas depois do anúncio da Petrobras, a empresa sofreu uma forte punhalada vinda de um dos setores do governo mais caros ao presidente Lula, a área ambiental. Em um seco comunicado assinado pelo seu presidente, Rodrigo Agostinho, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) confirmou a decisão de não conceder a licença ambiental para a perfuração de um poço exploratório da Petrobras no litoral norte do Amapá, para avaliar o potencial petrolífero da chamada Margem Continental Brasileira.
A decisão, já antecipada pelo próprio Agostinho e por sua superior hierárquica, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, representa uma autêntica sabotagem à economia e ao desenvolvimento nacional, em particular, do atrasado Amapá, e foi saudada pelo aparato ambientalista-indigenista internacional como o grande triunfo que é.
“Ibama barra exploração de petróleo na Amazônia em decisão que fortalece Marina” – trombeteou a agência Sumaúma (18/05/2023).
Mas coube ao Observatório do Clima (17/05/2023) a manchete mais ultrajante, cujo autor anônimo demonstrou um grau superlativo e dificilmente superável de indigência mental, ausência de qualquer amor ao País e desrespeito à inteligência alheia: “Ibama adia o fim do mundo ao negar licença ao Bloco 59 – País não pode abrir nova fronteira de petróleo em plena aceleração da crise climática.”
A pergunta que cabe agora é: Lula, que tal “abrasileirar” a política ambiental, em vez de deixá-la nas mãos desses “cipaios verdes”?