Os líderes de Burkina Faso, Mali e Níger assinaram um tratado entre os três países, na mais recente demonstração de seu afastamento dos tradicionais aliados regionais e ocidentais. O acordo visa fortalecer o pacto de defesa mútuo assinado no ano passado, a Aliança dos Estados do Sahel.
O acordo assinado no sábado, dia 6, em Niamey, capital do Níger foi o ponto alto da primeira cúpula conjunta dos líderes – o general Abdourahmane Tchiani, do Níger, o capitão Ibrahim Traore, de Burkina Faso, e o coronel Assimi Goita, de Mali – desde que chegaram ao poder em sucessivos golpes de Estado em suas nações fronteiriças da África Ocidental.
O acordo marca também o afastamento definitivo dos três países da CEDEAO, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental. Em discurso na cúpula no sábado, Tchiani chamou a CEDEAO, que tem 50 anos, de “uma ameaça aos nossos estados” e que fará da Aliança dos Estados do Sahel uma instituição voltada para as populações dos três países, ao contrário da CEDEAO, que, em sua opinião, seria uma ferramenta de intervenção da França nos países-membros.
“Os ocidentais consideram que nós pertencemos a eles e que nossa riqueza também pertence a eles. Eles acham que são os únicos que devem continuar a nos dizer o que é bom para nossos Estados”, Tchiani.
Conforme o comunicado oficial da reunião:
“Juntos fortaleceremos os alicerces da nossa verdadeira independência, a garantia da verdadeira paz e do desenvolvimento sustentável através da criação da Confederação da Aliança dos Estados do Sahel. A AES tem um enorme potencial natural que, se devidamente aproveitado, garantirá um futuro melhor para a população do Níger, do Mali e do Burkina Faso”.
Com informações da Al Jazeera.