Por Lorenzo Carrasco.
É um fato notório que a nomeação de Marina Silva para o Ministério do Meio Ambiente (ao qual acrescentou “Mudança do Clima”) foi imposta pelas potências estrangeiras que apoiaram ostensivamente Lula em sua campanha presidencial contra Jair Bolsonaro, principalmente, os EUA de Joe Biden e a União Europeia.
Por isso, o presidente pisa em ovos quando se trata de não contrariar a poderosa ministra, mesmo quando ela se empenha em sabotar iniciativas de grande importância para o País, como a aprovação da pesquisa petrolífera no litoral do Amapá, sobre a qual o Ibama está literalmente sentado em cima da necessária licença ambiental há mais de um ano. Apesar de Lula já ter dito publicamente várias vezes que a pesquisa será feita, nada acontece e, se depender de Marina e seus comandados, nada acontecerá pelo menos até a conferência climática COP-30, no final de 2025, em Belém (PA).
Todavia, o cenário externo está se tornando desfavorável a Marina. Nos EUA, com a renúncia de Biden a concorrer à reeleição contra Donald Trump e a bastante provável derrota do Partido Democrata em novembro. Com Trump na Casa Branca, a pauta ambiental/climática ganha um acirrado antagonista.
Na Europa, Marina também saiu perdendo com a surra levada pelos partidos “verdes” e a cada vez mais forte oposição ao “Pacto Verde” da União Europeia, vinda, principalmente, dos produtores agropecuários, cujas contrapartes brasileiras costumam ser alvos frequentes das diatribes da ministra.
Evidentemente, Marina conta com o apoio incondicional do poderoso aparato ambientalista-indigenista internacional, que opera no Brasil como uma quinta-coluna antidesenvolvimentista. Mas, com sua base externa fragilizada e a paciência com o seu radicalismo em visível esgotamento em Brasília, ela terá meses angustiantes pela frente.