País referência no uso da energia nuclear na América do Sul, a Argentina está com seu programa nuclear seriamente ameaçado pelas medidas de cortes orçamentários impostas pelo governo de Javier Milei.
Em setembro deste ano, a central de Atucha I ficará desligada para obras de reforma do reator. Normalmente, a paralisação duraria 30 meses, mas restrições orçamentárias podem prolongar o período de desligamento. Trata-se de uma planta com cinquenta anos de operação.
Por falta de verbas, o Projeto CAREM pode ficar paralisado. Com a construção iniciada em 2014, é um reator desenvolvido com tecnologia própria, podendo ser instalado em regiões afastadas, sem necessitar de fonte abundante de água para seu funcionamento. Reatores do tipo poderiam mesmo ser exportados, gerando divisas para a Argentina.
Também está paralisada a nova indústria de processamento de urânio da estatal Dioxitek em Formosa, na fronteira com o Paraguai, pela mesma razão. O urânio que seria produzido lá poderia abastecer as usinas argentinas e ser exportado.
Por outro lado, o grande centro de formação de engenheiros do país, o Instituto Balseiro de Bariloche, sofre com falta de verbas.
Enfim, a política de cortes orçamentários do atual presidente argentino atingiu em cheio o setor nuclear argentino.