
Por Wellington Calasans.
Após os ataques diretos entre Israel e Irã em abril, a prática de conflitos indiretos parece ter chegado ao fim, restando apenas a perigosa guerra total como solução para o conflito de oito décadas.
O Irã comunicou sua intenção de atacar Israel. Após o assassinato de lideranças de grupos de resistência em solo iraniano, Israel sabe que cruzou todas as linhas vermelhas e uniu toda a região para uma guerra que promete ser de proporção inimaginável.
Netanyahu busca um confronto direto com o Irã, visivelmente o que pretende é atrair os EUA para o conflito. A derrota dos EUA, assim como na Ucrânia para a Rússia, vai acelerar o declínio norte-americano e do bloco ocidental, especialmente a OTAN.
Ao Irã e aos países muçulmanos restou a guerra total devido às ameaças internas dos respectivos povos. Protestos, especialmente no Irã, destacaram a insatisfação da população com as respostas limitadas contra um Israel arrogante e impiedoso.
Há quem acredite que a estratégia do Irã de anunciar seus ataques com antecedência pode ser uma tentativa de evitar uma guerra total e reduzir o risco de danos significativos. No entanto, movimentos diversos apontam para a chegada intensa de equipamentos bélicos da Rússia para o reforço da defesa iraniana.
A resposta de Israel a um ataque iraniano iminente será crucial para avaliarmos a dimensão do curso do conflito, com o potencial de uma guerra regional mais ampla e até mesmo existencial dos israelenses.
A situação atual representa um perigo, com o mundo observando atentamente as decisões tomadas nos próximos dias e semanas, devido aos altos riscos envolvidos não apenas para a segurança regional, mas também global.
A semana está apenas começando, mas o fim do cenário geopolítico predominante no Oriente Médio nas últimas décadas, certamente, parece inevitável.