Nas olimpíadas de Paris, marcadas pela ideologia “woke” desde a abertura, os atletas brasileiros deram demonstrações de nacionalismo e fé, recusando a agenda estrangeira e afirmando o Brasil real para o mundo.
Por Amarílis Rezende.
Os eventos olímpicos de Paris foram encerrados, finalmente, entre diversas polêmicas e gafes envolvendo a organização dos jogos. Da estrutura insuficiente no refeitório e a comida com baixa quantidade de proteínas, que forçaram algumas delegações a prover seus atletas por meios próprios, às águas poluídas do Sena, que teriam ocasionado a hospitalização de atletas após prova de triatlo, esta edição ficará marcada como uma das piores já vistas e fortemente simbólica dos últimos estertores da decadência europeia.
Apesar de se tratar de evento esportivo, a política nunca fica de fora, de forma que Rússia e Belarus foram banidas, alegadamente, por suas ações na guerra contra a Ucrânia, ainda que israelenses tenham competido sem maiores incômodos. A promoção da ideologia “woke” começou já pela abertura, onde uma apresentação contava com homens travestidos (os chamados “drag queens”) dançando de forma provocante, apesar da presença de uma criança, e culminava numa paródia da Santa Ceia, o que foi interpretado como extremamente ofensivo por muitas pessoas ao redor do mundo, forçando os organizadores a se desculpar.
Em termos de desempenho, o Brasil, embora tenha ficado um pouco aquém do esperado pelas poucas medalhas de ouro conquistadas, ainda assim fez uma campanha aceitável, atingindo seu segundo maior número de pódios da história. No entanto, aquilo para o que gostaríamos de chamar a atenção positivamente é a dificuldade que os agentes do imperialismo cultural tiveram para enquadrar nossos atletas em seu discurso supostamente progressista, antirreligioso e identitário ou “woke”. Eles bem que tentaram, mas a realidade falou mais alto.
Logo de saída, o surfista carioca João Chianca teve de trocar a belíssima pintura de suas pranchas que retratava o Cristo Redentor, símbolo de seu estado e nação, devido às regras do COI que proibiam qualquer tipo de manifestação religiosa ou política (apesar de suas ações politicamente orientadas, já mencionadas acima). A segunda vítima do autoritarismo do COI através dessa regra, foi nossa medalhista de bronze no skate, Raíssa Leal, que recebeu uma advertência por ter mencionado, em libras (a linguagem brasileira de sinais), o versículo bíblico que afirma “Jesus é o caminho, a verdade e a vida”.
Além disso, ainda vimos a imprensa serviçal forçar a barra em tudo o que podia para emplacar o seu divisionismo de gênero, sexualidade e raça, e seu discurso “contra os padrões”, típicos dos identitários. Com tal finalidade, um título de matéria da Folha de São Paulo, por exemplo, trata nossa campeã de judô, Bia Souza, como “mulher gorda e negra”, ressaltando características físicas da atleta de forma completamente descabida e reificante. Em uma entrevista com a mesma Bia Souza, quando ela tinha acabado de conquistar a mais alta premiação em sua modalidade, um repórter da Globo, numa demonstração incrível de inconveniência e viralatismo, pergunta à moça como ela se sentia conquistando a medalha no mesmo dia que Teddy Riner foi tri campeão (?!… Quem é Teddy Riner?). Bia olha para ele, depois para baixo, com ar de incredulidade e vergonha alheia, cravando um: “Tô nem aí para ele, é meu dia!”. A intenção do repórter, nem tão velada assim, era forçar o estrangeirismo identitário de uma “solidariedade racial” que jamais fez sentido ou se criou no Brasil, acima da solidariedade nacional.
Nossa estrela, Rebeca Andrade (foto), já havia sido alvo desse mesmo tipo de tática no passado, durante os jogos de Tóquio, ao que respondeu: “vou representar preto, branco, pardo, todas as cores, verde, azul e amarelo”. Ainda assim, ela foi o principal alvo de tentativas de descaracterização e apropriação para causas alheias: o influenciador Felipe Neto afirma tê-la interrogado sobre seu voto e postagens de Bolsonaro que ela teria curtido (o que ele tem com isso?); a página oficial do COB na rede “X” publicou uma imagem de Rebeca na frente de uma favela carioca, a qual foi retirada após numerosos protestos de seguidores por ela ser, na verdade, paulista de Guarulhos e nunca ter residido em uma favela; a atleta também teve a cor da pele de sua mãe (que é branca) trocada em um comercial; e, para completar, ainda foi feita uma “fanfic” erótica retratando-a como homossexual, a qual foi noticiada e publicada em grandes veículos, como o jornal “O Globo”. Rebeca brilhou pelo Brasil tanto no esporte quanto na cultura, rejeitando os rótulos e se reafirmando como brasileira. Quando questionada sobre a questão racial, novamente por um empregado da Globo, reafirmou sua orientação pela nação e pela religião. Em outra fala, criticada por não dar entrevistas em inglês, rebateu: “sou brasileira e falo português”. Ponto para Rebeca que, apesar de todo o assédio, brilhou no esporte e também na defesa de nossa brasilidade.
Em questão de uniformes, também os brasileiros foram responsáveis por uma pequena inovação conservadora digna de menção: Nossas medalhistas de ouro no vôlei de praia, Ana Patrícia e Duda, se apresentaram para a competição com calções folgados, de tecido leve, mais apropriados e confortáveis (inclusive, e principalmente, pela questão da exposição) para a prática esportiva do que os costumeiros biquínis. As duas militares foram fotografadas orando no mais alto patamar do pódio, conquistado com fé, decência e patriotismo.
A quantidade de militares entre nossos atletas, aliás, pode ter causado pesadelo aos eternamente ressentidos com a caserna e suas imperdoáveis demonstrações de força: dos 277 atletas em nossa delegação, 98 eram militares, o que equivale a 35% do total. Dez das vinte medalhas conquistadas (ou seja, a metade) vieram desses guerreiros das Forças Armadas, incluindo os dois ouros das já citadas Beatriz de Souza, Ana Patrícia e Duda Lisboa, todas na patente de terceiro-sargento.
Assim sendo, em 2024, os atletas brasileiros mostraram um pouco do Brasil real a Paris – o Brasil cristão, conservador, construído e consolidado por militares e gente simples, que valoriza o solo onde nasceu, trabalhou e treinou duro para vencer – aquele Brasil que nós, nacionalistas, tanto amamos, e que tanto choca aos ânimos cosmopolitas embasbacados, desde séculos atrás até agora, com as luzes europeias, mesmo que brilhem sobre uma terra arrasada.
Foto da capa: Filippo Tomasi/LiveMedia/Shutter / SIPA