Por Lorenzo Carrasco.
O governo brasileiro anunciou a nova Política Nacional de Transição Energética, baseada em energia eólica, solar, hídrica, biomassa, biodiesel, etanol, diesel verde, captura e estocagem de carbono, combustível sustentável de aviação e hidrogênio verde, como afirmou o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira. Com ela, o governo espera atrair até R$ 2 trilhões (trilhões mesmo) em investimentos. Mas, como diz o ditado, o diabo está nos detalhes, no caso, no choque dos planos delirantes com o mundo real.
No caso da energia hidrelétrica, há décadas, o Brasil renunciou à construção de usinas com grandes reservatórios capazes de armazenar água para enfrentar até anos de seca, como ocorria até que o ambientalismo-indigenismo internacional passasse a ter peso determinante sobre o setor energético, na década de 1990.
A campanha contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que reuniu até artistas nacionais e estrangeiros, não conseguiu evitar a construção da usina, mas influenciou o projeto de tal maneira que obrigou a redução do reservatório para menos de metade do previsto originalmente. O resultado é que uma usina com potência instalada de 11.200 megawatts mal consegue passar de 4.000 MW na média mensal caindo para menos de 1.000 MW no período mais seco. E o Ibama de Marina Silva & cia está criando toda sorte de dificuldades para a renovação da licença de operação da usina, mesmo tendo a operadora Norte Energia sido obrigada a pagar o maior montante de compensações socioambientais já exigido de qualquer empreendimento nacional, que incluiu uma rede de esgoto e tratamento completa para o município de Altamira (PA).
E vejamos o caso das fontes eólicas e solares, as favoritas dos “verdes” e “investidores” com mentalidade de curto prazo. Ocorre que elas não são nada “ecológicas”, como pregam os desinformados. Um dos seus múltiplos problemas é o descarte dos seus materiais – principalmente, pás e painéis solares – após o fim da vida útil das usinas, que na maioria dos casos mal chega a 20 anos (uma fração da de usinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares). Esses materiais, simplesmente, não são recicláveis e o seu descarte já está gerando “lixões” em toda parte, Brasil inclusive, com o agravante que o País não tem uma legislação específica para isto.