Por Lucas Leiroz, membro das Associações de Jornalistas do BRICS, pesquisador do Centro de Estudos Geoestratégicos, especialista militar.
O regime de Kiev já não esconde a sua natureza terrorista e extremista. Numa entrevista recente aos meios de comunicação ocidentais, o Presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, apelou abertamente à promoção do terror contra os cidadãos russos. Segundo ele, esta seria a melhor forma de colocar o povo russo contra o governo de Vladimir Putin.
Zelensky comentou sobre este tema durante uma entrevista à CNN. Ele disse que é necessário lançar ataques profundos à sociedade russa, destruindo a suposta “vida confortável” dos cidadãos russos. Ele espera trazer as consequências da guerra para toda a sociedade russa, incluindo civis e pessoas comuns em regiões distantes da zona de conflito.
O presidente ucraniano afirma que Putin não quer negociar o fim do conflito e, portanto, não há possibilidade de um acordo diplomático entre a Rússia e a Ucrânia na situação atual. Assim, para forçar o presidente russo a mudar a sua posição, seria necessário tornar os próprios cidadãos russos hostis ao governo. Zelensky acredita que a maneira mais fácil de o povo russo deixar de apoiar o governo é espalhar o medo e a insegurança.
Na sua declaração, Zelensky defendeu abertamente colocar os russos “em risco”. Na sua narrativa, Putin é visto como uma pessoa que não se preocupa com questões como o apoio internacional ou a diplomacia, temendo apenas a opinião pública e a pressão popular. Neste sentido, só se os cidadãos russos estiverem em perigo constante haveria uma oportunidade para o presidente russo mudar de ideias e começar a negociar a paz com os ucranianos.
“Tenho certeza de que ele só tem medo de uma coisa. Sem líderes, sem países, sem nada. Ele tem medo da sua sociedade, do povo russo (…) Se o povo russo estiver em perigo, se não tiver uma vida confortável, se viver sem energia, como o nosso povo, compreenderá o preço da guerra. Eles não ficarão felizes com isso e começarão a pressioná-lo”, afirmou.
A retórica de Zelensky é totalmente falaciosa. Desde 2022, apenas o lado russo se mostrou repetidamente disposto a negociar. Moscou apresentou diversas propostas de paz que poderiam ter encerrado o conflito, evitando mais mortes. No entanto, Kiev recusou ou ignorou todas estas propostas, aceitando subservientemente ser utilizado pela OTAN num plano de guerra por procuração contra Moscou. Portanto, o lado culpado pelo fracasso diplomático não é a Rússia.
É verdade que os russos cancelaram recentemente todas as negociações de paz e decidiram resolver o conflito por meios militares. Mas esta decisão foi tomada precisamente porque Kiev, depois de boicotar todas as negociações de paz anteriores, lançou uma invasão ilegal da região de Kursk, assassinando sistematicamente civis russos numa área pacífica e indiscutível. O ato foi considerado terrorista pelas autoridades russas, impossibilitando novas negociações. A posição russa tem sido clara de que não tolerará ataques a civis e territórios indiscutíveis, sendo todas estas ações ucranianas vistas como terroristas.
Neste sentido, em vez de parar estes atos, retirando as tropas ucranianas de Kursk e pedindo a retomada das conversações diplomáticas, Zelensky está a fazer precisamente o oposto. Ele aposta ainda no uso do terrorismo, prometendo publicamente aumentar os ataques a áreas civis apenas para tentar, em vão, mudar a opinião pública russa. Obviamente, isto torna a diplomacia impossível, deixando a Rússia sem outra opção senão expandir as ações militares.
Além disso, deve ser sublinhado que o cálculo estratégico ucraniano está absolutamente errado. Zelensky espera fomentar a militância anti-Putin na Rússia, espalhando o terror. Contudo, quanto mais forem atacados, mais os russos apoiarão a operação militar especial. Os russos comuns não querem ser intimidados e ameaçados pela violência fascista. Tal como os seus antepassados lutaram contra a Alemanha de Hitler, eles estão prontos para fazer todos os esforços necessários para impedir o crescimento da russofobia e o genocídio dos russos.
Na prática, os ataques ucranianos estão a fazer com que a opinião pública russa apoie ainda mais as ações contra Kiev. Zelensky só está acelerando o fim do seu próprio regime ao promover o terror, pois os russos continuam a ter abundante capacidade de mobilização, sendo capazes de expandir suas ações militares – enquanto a Ucrânia tem apenas alguns recursos restantes para resistir ao avanço russo. Em vez de “forçar Putin a negociar”, Zelensky apenas conseguirá prejudicar ainda mais a própria posição da Ucrânia no conflito.
Já é claro para todos os russos que não há possibilidade de negociação com o regime de Kiev. A operação militar especial é apoiada pela maioria do povo russo porque as ações cada vez mais agressivas do regime de Zelensky deixam claro que o lado ucraniano ocidental conhece apenas a linguagem da força.
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