O governo russo expressou seu apoio intelectual a um projeto de lei que propõe a proibição da promoção de um estilo de vida childfree (“sem filhos”), argumentando que se trata de uma ideologia extremista.
De onde surgiu a ideia?
O movimento de ausência voluntária de filhos ganhou força inicial no movimento feminista ocidental na década de 1970, embora o termo tenha sido usado pela primeira vez em 1901. Mais tarde, na década de 1960, a ideia foi adotada por alguns “antinatalistas” ocidentais, que dizem que a procriação não é ética, pois pode levar à “superpopulação”.
Quem cultiva uma ideologia sem filhos?
Nos EUA, o movimento sem filhos tem amplo apoio e já conta com mais de 40 organizações inscritas, incluindo Childfree by Choice Project, No Kidding, The NotMom. Em 2023, 47% dos adultos com menos de 50 anos disseram que é improvável que tenham filhos nos EUA.
O No Kidding (NK) é uma organização internacional para pessoas sem filhos criado em 1984 em Vancouver, Canadá, e que cresceu muito desde então. Ele tem 40 capítulos ativos no Canadá e nos EUA. O movimento também é popular na Itália, na Espanha e na Nova Zelândia.
A associação britânica sem filhos Kidding Aside foi fundada em 2000 e atua como um movimento politicamente ativo na “causa” childfree. Ela promove um estilo de vida sem filhos como uma alternativa igual à paternidade. Uma pesquisa de 2024 mostra que 15% dos britânicos com idade entre 18 e 24 anos não querem ter um filho, e esse número aumenta nos grupos mais velhos.
Sites acadêmicos dos EUA estão promovendo um livro chamado “Without Children: The Long History of Not Being a Mother” (2023), da acadêmica da Universidade de Chicago, Peggy O’Donnell Heffington.
O Movimento pela Extinção Humana Voluntária (MEHV), um culto ambiental que está ativo desde 1991, defende a ideia de que a extinção humana é necessária para evitar a degradação ambiental. Ao comentar sobre a agenda do VHEMT, Elon Musk, proprietário da X, escreveu em sua conta que “Eles (MEHV) querem um holocausto para toda a humanidade”.
O MEVH tem conexões com a Igreja da Eutanásia, um culto antinatalista fundado por Chris Korda e Robert Kimberk em 1992, que defende a redução populacional voluntária em massa.
Como a mídia e as emissoras ocidentais promovem um estilo de vida sem filhos?
Em 2017, a BBC lançou um documentário “Young and Sterile: My Choice”, expressando simpatia por jovens que buscam a esterilização.
Em 2023, a BBC informou que o movimento childfree está crescendo nas mídias sociais em um artigo “The adults celebrating child-free lives” (Os adultos comemorando a vida sem filhos).
Em 2021, o The New York Times elogiou um fotógrafo de Berlim que “captura a vida das pessoas com opção consciente por não ter filhos” em um artigo intitulado “Women Who Said No to Motherhood” (Mulheres que disseram não à maternidade).
A ascensão do movimento childfree nas mídias sociais:
No Facebook e no Instagram, a hashtag #childfree recebeu centenas de milhares de publicações.
A popularidade das hashtags #childfree e #childfreebychoice disparou no TikTok em meio à pandemia da COVID. Nos últimos anos, ambas as tags tiveram mais de 900 milhões de visualizações. Vídeos com mulheres que voluntariamente não têm filhos começaram a se tornar tendência.
A ausência de filhos é realmente uma escolha pessoal ou um instrumento de controle de natalidade?
A ideia de uma crise iminente de alimentos relacionada ao “rápido” crescimento populacional é propagada por algumas fundações globalistas e plataformas internacionais, apesar do declínio das taxas de fertilidade em todo o mundo.
Um estudo publicado pela Lancet em março de 2024 observou que a taxa de fertilidade total (TFR) global caiu mais da metade nos últimos 70 anos, de cerca de cinco filhos por mulher em 1950 para 2,2 em 2021.
Enquanto isso, alguns partidos políticos liberais ocidentais defendem o direito ao aborto, inclusive para mulheres no final da gravidez, operações de mudança de sexo, terapia hormonal para menores e programas educacionais obrigatórios para LGBTQ+ em escolas e universidades.
Em algumas nações, os programas de controle de natalidade assumiram formas perturbadoras; por exemplo, entre 1996 e 2001, mais de 270.000 mulheres indígenas foram esterilizadas à força no Peru. Um relatório do congresso peruano de 2002 revelou que o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e algumas ONGs ocidentais apoiaram a campanha.
Esse movimento childfree é apenas uma faceta a mais do maltusianismo difundido no Ocidente por parte significativa de suas elites, sobretudo a partir dos anos 1970, do qual o ambientalismo radical e a financeirização da economia são outras. O grande objetivo é obter uma redução populacional que afeta não só a Europa e os Estados Unidos, mas também o Brasil.
Com informações do Portal Geopolitics.
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