Desculpem a minha implicância, mas é implicância mesmo. É disso que se trata, tem hora que só podemos ser implicantes e eu vou ser.
Lula liderar uma campanha pelo combate à fome é apenas a sua campanha eleitoral para o seu tão sonhado acesso a indicação para o prêmio Nobel da paz, apenas mais vaidade para um déspota insaciável.
O Brasil é seguramente, na média ponderada, levando-se em consideração produção de alimentos e população, além da capacidade instalada, o país mais rico do mundo. Estamos falando da riqueza básica do indivíduo, do ser humano, que é acesso ilimitado a alimentação de qualidade.
No entanto, seu governo neoliberal não tem nenhum plano estratégico de melhoria salarial do povo, é um governo moleque de recados do rentismo internacional, interessado única e exclusivamente em extorquir o nosso povo ao máximo, a ponto que a tão malfadada inflação no nosso país, principalmente no setor alimentício, é fruto das políticas do “exporta tudo e coma os restos”.
Toda a sua política é de subsistência, bolsas assistenciais miseráveis, para manter o povo na pobreza e com o déficit alimentício atroz, sem falar na submoradia, que condena praticamente 10% da nossa população a viver em guetos, chamados de favela, e mais uns 50% que vivem em um sub gueto chamado periferia, um modelo obscuro de moradia que pouco difere, na maioria dos casos, do primeiro.
A preocupação em bater metas europeias de controle de emissão de gases é inversamente proporcional ao interesse em fornecer água potável saneamento básico e energia acessível à maior parte de sua miserável população.
Mantemos uma elite hipócrita, uma conduta imperial vindo de uma classe política que se mantém no poder através de feudos espalhados por agremiações partidárias, que têm autorização dos nossos credores para fazer o que bem entender aqui dentro, contanto que não mexam no sagrado montante que levam, aos caminhões, todos os dias.
A dívida pública brasileira é assustadora. Paga juros aterrorizantes para um pequeno grupo sionista internacional, essa dívida nunca foi auditada nem nunca será, essa dívida paga quase 12% de juros ao ano para títulos, os quais se forem comprados no mercado futuro, não valerão nem 20% do seu valor de capa. Moedas podres são mantidas artificialmente para que membros da gangue se utilizem delas para adquirir, a preço simbólico, tudo que foi produzido por governos anteriores.
Que moral tem esse sujeito para pegar um palanque e falar de combate à fome e a miséria, se ele é um dos responsáveis por manter o nosso povo nessa condição, no seu terceiro governo e quinto do seu irônico Partido dos trabalhadores? Os brasileiros nunca perderam tanto, foram aviltados, e agora quem quiser algo melhor – como diz o próprio Lula – faça uma faculdade pois ninguém quer ser mulher de trabalhador, as mulheres só querem, segundo o Lula, “de chefe para cima”.
Irônico ouvir essas palavras de um semianalfabeto, que mesmo em condições favoráveis, jamais cursou um segundo grau formal. A ironia e o descaso se completam, quando ele cita relatórios baseados em números sacados de uma mente doentia, jogados na cara de todos e solidificados através de grossas verbas da Secom.
O Brasil só vai ser alguma coisa na hora que se der conta que aqui não existe direita ou esquerda, Nicolas chupetinha e Guilherme Boulos são a mesma pessoa, aqui não existe Lula ou Bolsonaro, aqui o que existe de verdade são gerentes e capatazes dos interesses alheios.
Nós nunca seremos nada enquanto mantivermos essas figuras no poder.
Rubem González