
Era uma vez um reino que tinha um rei muito maravilhoso, fantástico, não existia rei igual e nem reino igual aquele.
O reino era pequeno, mas feliz, e era abastecido por uma fonte de água no meio da praça, onde todos usavam as suas águas para beber. Mas a certa altura, um reino vizinho contratou um feiticeiro para envenenar a água, com um veneno que não matava as pessoas, apenas as deixava loucas.
Porém o palácio real era abastecido por outra fonte e esta não foi envenenada. Desta fonte só o rei bebia.
Um belo dia, após o envenenamento, todos acordaram loucos e levaram a sua vida normalmente, afinal de contas a loucura era o estado normal naquele momento. Passados alguns dias, a harmonia começou a ir embora, porque a única coisa que se falava em todo reino era uma só:
– Eu não sei se vocês repararam, mas eu acho que o nosso rei está louco!
Claro, a partir do momento da ótica geral, na qual todos ficaram loucos, a única pessoa normal é o ponto fora da curva. E assim o rei, apesar da mente sã, passou a ser louco.
Todos prepararam um golpe para prender o rei e coroar outra pessoa, pois era inconcebível eles serem governados por um louco. O rei não só descobriu a trama da população como se deu conta também do envenenamento das águas.
Sem outra alternativa, ele correu para a fonte da cidade e bebeu bastante. Em poucas horas, estava tão louco quanto todos a sua volta.
Neste momento, a população entrou em delírio e todos aliviados falavam uns com os outros:
“Graças a Deus o nosso rei foi curado, nós teríamos que tirar um rei tão bom porque ficou louco, mas graças a Deus hoje ele está curado!”.
A moral da história está no ponto de vista de onde se enxergam as coisas, o resultado será uma catástrofe, mas isso fica para outro episódio…