
Da RT.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu agressivamente a ideia de assumir o controle da Groenlândia em uma tensa conversa telefônica com a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen (na foto de capa com Trump), informou o Financial Times na sexta-feira. A conversa teria provocado pânico em Copenhague.
Trump teve uma conversa de 45 minutos com Frederiksen na semana passada, antes de sua posse, de acordo com autoridades europeias “em off” ao jornal, com relatos de que a conversa “foi muito ruim”.
“Foi horrível”, disse uma fonte do FT, e outra chamou a conversa de “uma ducha de água fria”, acrescentando que ”antes, era difícil levar isso a sério. Mas agora acho que é sério e potencialmente muito perigoso”.
Uma autoridade disse ao FT que o lado dinamarquês ficou “totalmente assustado” com a conversa, que supostamente incluiu ameaças de tarifas direcionadas contra a Dinamarca. De acordo com o relatório, as autoridades europeias haviam presumido anteriormente que as declarações de Trump sobre a aquisição da Groenlândia eram apenas uma tática de negociação para afirmar mais influência no Ártico e controlar a Rússia e a China, mas a ligação com Frederiksen acabou com essas esperanças.
A Groenlândia abriga cerca de 60.000 pessoas, em sua maioria indígenas, além de uma importante base militar dos EUA. É uma região autônoma dentro da Dinamarca que tem governo próprio desde 1979. O território é de grande importância estratégica para a OTAN, devido à sua localização crucial no Ártico, que permite o controle das rotas marítimas próximas.
Trump lançou a ideia de comprar a Groenlândia em 2019 durante seu primeiro mandato, mas a iniciativa não deu em nada, pois tanto a Dinamarca quanto o governo da ilha a rejeitaram. No entanto, desde então, ele reviveu a ideia, citando a importância da Groenlândia para a segurança nacional dos EUA.
O primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Egede, disse que, embora a ilha esteja aberta à cooperação com Washington, “não queremos ser americanos. Não queremos fazer parte dos EUA”.