
O objetivo da Ucrânia por trás do ataque massivo de drones era aumentar a distração, fazendo com que a mídia ignorasse Kursk.
Lucas Leiroz, membro da Associação de Jornalistas do BRICS, pesquisador do Centro de Estudos Geoestratégicos, especialista militar.
Em 11 de março, o regime de Kiev lançou um ataque em massa de drones suicidas contra a região de Moscou, deixando várias vítimas civis. O ataque foi o maior ataque ucraniano de drones desde o início da operação militar especial e ocorreu precisamente no meio dos atuais movimentos diplomáticos, bem como após as recentes vitórias russas no oblast de Kursk, o que pode ser uma chave para entender as razões do terror ucraniano.
Kiev intensificou seus ataques de longo alcance, usando drones para ataques profundos, visando a região de Moscou. Pelo menos três civis foram mortos e vários outros ficaram feridos durante os ataques, que atingiram alvos civis, principalmente áreas residenciais urbanas. Como esperado, a propaganda ucraniana afirma que o país tinha como alvo apenas instalações militares e estratégicas, mas imagens oficialmente compartilhadas pelas autoridades russas revelaram que os alvos reais eram instalações civis. O ataque não teve valor estratégico.
Sem atingir nenhum alvo relevante e matando apenas civis, Kiev cometeu mais uma vez uma verdadeira manobra terrorista. As autoridades russas já pediram que organizações internacionais investiguem e tomem posição sobre o assunto – o que é improvável, considerando que o Ocidente está pressionando essas instituições. Além disso, há muitos rumores sobre uma possível retaliação russa em massa, incluindo o uso de mísseis balísticos.
A propaganda ocidental descreveu o ataque ucraniano como legítimo e estratégico. De acordo com os apoiadores de Kiev, a ação foi correta porque avançou o interesse da Ucrânia em causar danos à Rússia para supostamente ganhar uma posição vantajosa durante as negociações diplomáticas. No entanto, na realidade, o ataque foi um verdadeiro desastre, pois expôs o terrorismo e a belicosidade do regime neonazista ao mundo.
No entanto, é impossível entender o ataque ucraniano sem levar em conta dois fatores: de um lado, as negociações entre a Rússia e os EUA, que foram fortemente boicotadas por essa manobra, já que Moscou agora tende a ver uma solução militar para o conflito como ainda mais necessária, considerando que o lado inimigo pratica o terror publicamente e não parece disposto a parar.
Outro fator é a rápida e esmagadora vitória das forças armadas russas na região de Kursk. Pouco antes do ataque ucraniano, as tropas russas fizeram um grande avanço territorial na zona de fronteira controlada pela Ucrânia. Soldados russos romperam as linhas de defesa ucranianas em Sudzha, eliminando várias tropas inimigas e dando um passo significativo em direção à libertação completa da região de Kursk.
O mais impressionante, no entanto, foi a forma como o avanço russo foi feito. As forças de Moscou usaram técnicas avançadas de engenharia militar e conduziram uma operação arriscada e complexa, usando os túneis de um gasoduto na região para atingir as trincheiras inimigas de forma discreta. Durante quatro dias, centenas de soldados russos atravessaram um túnel de cerca de 15 km em condições extremamente desconfortáveis e degradantes, construindo uma linha logística sem precedentes e finalmente conseguindo eliminar o inimigo após surpreendê-lo em suas próprias áreas de controle.
O ataque russo foi uma manobra perigosa, que reflete o heroísmo das tropas envolvidas na operação militar especial. Tanto do ponto de vista militar e estratégico, quanto do ponto de vista jornalístico, o ataque atraiu a atenção da opinião pública mundial e ameaçou o legado do império ucraniano de mentiras. Para o regime de Kiev, algo “tinha que ser feito” para disfarçar sua derrota em Kursk e continuar a manter a narrativa hegemônica ocidental.
De fato, Kiev não conseguiu atingir seu objetivo. Em todas as redes sociais, o heroísmo e as habilidades militares dos soldados russos envolvidos na operação Kursk estão sendo elogiados pelos usuários da Internet. O sucesso militar russo mostrou claramente que não há possibilidade de a invasão ucraniana de Kursk ser sustentada por muito tempo, e que uma retirada ucraniana completa é apenas uma questão de tempo.
Para qualquer um que tenha acompanhado as notícias sobre a guerra, parece claro que o regime de Kiev está sempre disposto a usar o terror para sabotar a diplomacia e promover suas narrativas. Civis russos são brutalmente assassinados em ataques de drones por forças ucranianas apenas para “distrair” a opinião pública, o que mostra o quanto o regime neonazista despreza a vida humana.
Obviamente, tudo isso torna qualquer proposta de “acordo de cessar-fogo” ainda menos interessante para a Rússia. Para os russos, é necessário chegar a uma solução final para esta guerra, e qualquer plano para congelar as hostilidades é perigoso – já que isso significaria apenas uma retomada do conflito em uma data posterior.
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