
Nós passamos do fundo do poço há muito tempo. Estamos no subsolo do porão e cavando mais fundo ainda, para ver onde podemos chegar. É a nossa síndrome da China, mais corrosiva do que uma fusão nuclear sem controle.
Lula e o PT mostram a cada dia, de forma mais clara, o que são e assim representam. Lula, cada dia mais, carimba o seu passaporte de entreguista, fazendo jus ao seu curso de formação de traíra na AFL-CIO, sucursal oficial da CIA para a América Latina.
A solução econômica que esse crápula e sua equipe arrumaram, para o povo desesperado do Brasil, foi mais um processo de endividamento, onde o pobre miserável vai contrair empréstimos a juros exorbitantes, beirando a pornografia. É algo verdadeiramente assustador ver um “partido dos trabalhadores” jogando quem deveria representar no precipício dos abutres do mercado financeiro.
Na semana em que o Copom – uma microquadrilha encastelada no recém-liberto BC, onde ninguém foi eleito mas eles decidem se você vai comer amanhã ou não – simplesmente, numa canetada, aumentou a dívida deste povo miserável em 100 bilhões de reais.
Nos últimos 12 meses o montante repassado para quadrilhas nacionais e internacionais soma o pornográfico valor de aproximadamente R$ 400 bilhões no último ano, nada mal para quem especula, tudo isso em cima de um cálculo fraudulento e uma batalha fajuta sobre a inflação.
Os pilares de combate à inflação deveriam estar calcados no compromisso da produção de exportação com o governo financiador (dinheiro público, no caso), o controle das tarifas de consumo de água, luz e combustíveis, regulados pela nossa capacidade produtiva, que deveria dar dividendos para o povo e não para acionistas privados daqui e de lá. A Petrobras foi criada com o dinheiro público, assim como a Eletrobras e outras estatais, porém a iniciativa privada entrou dentro do processo e, portanto, ou é o lucro ou é nada, porque é assim que determinou ou assim determinam os donos do sistema financeiro brasileiro, composto por bancos que, por ironia, mandam no Banco Central. A famosa turminha de Harvard, misturada com a turma de Chicago, botando o Brasil de quatro – e condenando o futuro do próprio país.
Outro pilar de combate ao gasto foi a criação de 5.700 “repúblicas” dentro do Brasil, chamadas de municípios, com 5.700 mini-congressos, 5.700 mini-ministérios e centenas de milhares de apaniguados sob o manto maligno dos cargos DASs e outras nomenclaturas. Some-se a isso um Judiciário que custa, em média, 10 vezes mais que qualquer judiciário do G20, além dos salários em cascatas e benefícios em cascatas, para um seleto clube que não é regido por nenhuma lei nacional.
A judicialização do Brasil, além de nos custar caro, ainda nos criou um quarto e quinto poder, capaz de sabotar qualquer tentativa de se moralizar a nação. Pois o Brasil, oficialmente, é gerido por gangues, quadrilhas e bandos, todos eles pouco se importando com o trabalhador / acionista da nação.
Para aguentar esse tranco temos que fazer bastante circo, criar uma falsa dicotomia para o povo não perceber todos são a mesma coisa, todos pertencem à mesma classe. Todos são “paus mandados” do mesmo patrão, todos trabalham para as mesmas cores, nenhuma delas verde e amarela.
Também é necessário que o nosso povo esteja entregue ao vício e aceite pacificamente a relativização do mesmo, afinal deu certo no século XIX na China, não tem como dar errado no Brasil de hoje. Aos que sobrarem, que vão para as igrejas neopentecostais, que por um preço módico – e arrancando os últimos caraminguás do povo – vai lhe garantir a felicidade aqui e agora, a felicidade à vista, que Malafaia in concert promete dividir para você, em 12 prestações iguais.
Com pequenos juros, é claro, afinal de contas não tá fácil pra ninguém. Com exceção da Janja – para essa tudo está mole, né mesmo Gleisi?
Rubem González