
Depois de a Procuradoria da Fazenda Nacional ameaçar pedir a falência da Avibras, o BNDES veio a pressionar também a empresa, pedindo documentação sobre o contrato assinado com investidores sauditas e sobre o pagamento de impostos pedidos pela procuradoria.
Dessa forma, a União, por meio da Procuradoria e do BNDES, controlado por ela, agem em pinça, pressionado a Avibras, que encontra-se em grave situação financeira, aguardando entrada de recursos de investidores externos, no caso a Black Storm Military Industries, da Arábia Saudita.
A Procuradoria de Fazenda cobra os R$ 200 milhões em impostos que a empresa de defesa deve à União. Já o BNDES é credor da Avibrás, junto com a FINEP. O sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos (SP), a estatização da empresa, considerando as dívidas.
Mas o BNDES segue a linha de prioridade para o financiamento para a transição energética/energias limpas. Recentemente aprovou uma linha de financiamento para a Stellantis na casa dos R$ 240 milhões para desenvolver uma linha de veículos híbridos e elétricos na fábrica em Betim (MG). A Stellantis, vale lembrar, é o conglomerado Fiat-Chrysler, ao qual se junto o Grupo PSA francês, com sede em Amsterdã, Países Baixos.
O abandono da Avibras pelo governo faz parte da diretriz à qual assumiu de priorizar a agenda ambiental imposta ao Brasil em detrimento de setores considerados “sujos” ou não vinculados à agenda ESG, o que gera impacto no setor elétrico, óleo e gás e até nas políticas de fomento. Contudo, à medida em que esta agenda perde força no exterior, sobretudo nos EUA, ela continua prestigiada no governo Lula 3.