
Wellington Calasans
No Brasil há, especialmente nos últimos anos, um fenômeno interessante que permite a algumas figuras patéticas a atribuição indevida de “certificador” de rótulos.
“Fascista”, “racista”, “supremacista” etc. são alguns dos rótulos usados contra os desafetos, normalmente por parasitas sociais que vivem dessa futrica.
Chegou para mim um “corte” de um vídeo de Rubem Gonzalez com uma “sentença” de que ele possuía um “discurso supremacista”. Primeiro, o autoproclamado “certificador” não teve coragem de se apresentar, certamente temendo um processo; segundo, é mentira.
No próprio corte estava claro que, nas palavras do Rubão, houve a contribuição de negros africanos para facilitar a deportação de outros negros, normalmente de tribos derrotadas nas guerras internas, que chegaram a outros países como escravos. Negar isso é desconhecer a história.
Como o objetivo do post é, exclusivamente, em defesa do Rubão, o farei sob duas perspectivas: 1- testemunho de que este “rótulo” de “supremacista” não verdadeiro, pois o conheço; e 2- comprovação científica de que os argumentos dele são verdadeiros.
Vamos a eles:
1- Rubem é uma das pessoas mais humanas que conheço. “Tem palavrão? Tem! Tem sim! Tem emoção? Tem! Tem sim! Mas a qualidade… ah! eu nunca vi ninguém assim”. Rubão é amigo, pai, colega e respeita todas as pessoas indistintamente. Ponto!
2- Sim, há evidências de que alguns negros africanos contribuíram para a escravização de pessoas que foram deportadas à força para outros países durante o período da escravidão.
Inclusive, os registros históricos* indicam que os líderes e as comunidades africanas às vezes participavam da captura e da venda de escravos, muitas vezes como parte de sistemas complexos que envolviam vários grupos étnicos e comerciantes europeus.
Por exemplo, foi observado que “antes da chegada dos europeus no século XV, os africanos haviam vendido mais de onze milhões de escravos para o mundo islâmico”.
Além disso, embora os líderes africanos em lugares como Serra Leoa tenham desempenhado um papel importante no fim do comércio transatlântico de escravos, destacando a contribuição do continente para o seu fim, também se reconhece que houve cumplicidade africana no próprio comércio, o que tem sido objeto de discussão sobre a verdade e a reconciliação desse período histórico.
O envolvimento dos africanos no processo de escravização foi institucionalizado na medida em que os europeus tiveram contato direto limitado com o processo de escravização real. Isso reflete uma história complexa em que ocorreram tanto a colaboração quanto a resistência.
Nota deste observador distante
Ao tirar do conforto os “comunistas de gabinete”, Rubão passou a ser alvo de agressões insanas e falsas como aquela de que ele seria um “supremacista”.
Esse pessoal que pensa estar autorizado a rotular os desafetos é desonesto intelectualmente e canalha na essência, pois vive em busca de uma “boquinha”, explorando as desigualdades que finge combater.
Rubão é aquilo que o povo é: simples. Expõe em palavras aquilo que verdadeiramente enxerga, sem a necessidade de recorrer a autores (muitas vezes desconhecidos por quem cita) ou citações de bibliografias supérfluas, usadas como “carteirada” pelos pseudos intelectuais.
Ah! Para os que só acreditam se houver a lista das “fontes”, está aí para quem quiser contestar os argumentos do Rubão.
Obs. seria tão bom que esse pessoal pedisse ao Jornal Nacional as fontes de tantas mentiras ali publicadas…
Fontes:
Hunwick, John. “Arab views of black africans and slavery“
Shaw-Taylor, Yoku. “Incomplete Memories, Distorted Histories: The loud silence around Africa’s complicity in the slave trade“
Digital History. “Enslavement“
Kodila-Tedika, Oasis; Asongu, Simplice; Cinyabuguma, Matthias. “The White Man’s Burden: On the Effect of African Resistance to European Domination“
“The Conversation. “African leaders in Sierra Leone played a key role in ending the transatlantic slave trade“
Wikipedia. “Slavery in Africa“
Christensen, Mark. “Origins of slave trade“
Quora. “Did the Africans ever fight against the slave traders?”