
Wellington Calasans
A primeira cúpula entre a União Europeia (UE) e o Reino Unido desde o Brexit, será realizada esta semana, marcando um momento decisivo para redefinir a relação pós-saída britânica.
O encontro busca consolidar um diálogo estruturado após anos de negociações carregadas de discordâncias, como destacado no Acordo de Saída de 2020, que estabeleceu as bases jurídicas para a separação.
No entanto, além de formalizar cooperações em áreas como comércio e segurança, a cúpula carrega um simbolismo político: enviar um sinal de unidade europeia em um contexto global marcado por crises múltiplas.
A fragilidade institucional da UE, exposta por desafios internos e externos, torna essa demonstração de coesão estratégica essencial para restaurar e manter sua influência geopolítica.
Internamente, o bloco enfrenta ameaças à estabilidade política em países como Romênia e Portugal, onde governos minoritários ou coalizões frágeis refletem um cenário de polarização e insatisfação popular.
Em ambos os casos, eleições recentes com baixa adesão eleitoral, ainda que com ligeira melhora, e disputas partidárias com extrema agressividade evidenciam a erosão da confiança nas instituições tradicionais.
Essa instabilidade doméstica pressiona a UE à busca de um difícil equilíbrio entre solidariedade e reformas estruturais, pondo o bloco sob o risco de minar sua capacidade de ação coletiva.
A cúpula com o Reino Unido, nesse sentido, não apenas redefine relações bilaterais, mas também serve como teste para a habilidade do bloco em projetar força frente a parceiros externos.
A relação transatlântica com os Estados Unidos, outro ponto crítico, adiciona camadas de incertezas. Embora a aliança UE-EUA permaneça central para a ordem liberal global, divergências comerciais, como as taxações de Trump, e diferenças em diversas políticas, criam tensões.
A OTAN, por sua vez, enfrenta desafios de coesão, com debates sobre o compartilhamento de custos militares e estratégias para alimentar o fantasma europeu da “invasão russa” e a consequente contenção da Rússia, responsável por uma série de equívocos geopolíticos e econômicos.
Nesse contexto, a UE busca reafirmar autonomia estratégica, mas depende de uma unidade interna cada vez menos provável para negociar com alguma posição de força. Algo que a cúpula com o Reino Unido pode fortalecer ou expor ainda mais as fragilidades.
A guerra na Ucrânia amplifica essas incertezas. Enquanto a UE mantém sanções contra a Rússia e apoia Kiev economicamente, a fadiga dos Estados-membros com o conflito prolongado e as pressões energéticas geram divisões.
O Reino Unido, ainda que mediante o sacrifício do seu povo, tem sido um aliado-chave na assistência militar à Ucrânia, mas sua posição pós-Brexit, além da insatisfação interna, cria ambiguidades na coordenação com a UE.
A cúpula, portanto, não apenas abordará a relação bilateral, mas também sondará alinhamentos em temas de segurança regional e global, onde a unidade europeia é pré-requisito para influenciar desfechos favoráveis ao bloco e aos ingleses.
A fragilidade política em países como Romênia e Portugal ilustra como crises domésticas podem contaminar o projeto europeu. Governos frágeis, sem maioria parlamentar ou sustentados por arranjos políticos débeis, não oferecem segurança para projetos de médio e longo prazos.
A questão da migração, por exemplo, está permanentemente adiada por causa do crescimento de partidos eurocéticos em países do bloco e no Reino Unido, reforçando a existência de uma ameaça aos consensos básicos sobre integração.
A cúpula com o Reino Unido, nesse sentido, não apenas redefine relações bilaterais, mas também serve como teste para a habilidade do bloco em projetar força frente a parceiros externos.
A relação transatlântica com os Estados Unidos, outro ponto crítico, adiciona camadas de incertezas. Embora a aliança UE-EUA permaneça central para a ordem liberal global, divergências comerciais, como as taxações de Trump, e diferenças em diversas políticas, criam tensões.
A OTAN, por sua vez, enfrenta desafios de coesão, com debates sobre o compartilhamento de custos militares e estratégias para alimentar o fantasma europeu da “invasão russa” e a consequente contenção da Rússia, responsável por uma série de equívocos geopolíticos e econômicos.
Nesse contexto, a UE busca reafirmar autonomia estratégica, mas depende de uma unidade interna cada vez menos provável para negociar com alguma posição de força. Algo que a cúpula com o Reino Unido pode fortalecer ou expor ainda mais as fragilidades.
A guerra na Ucrânia amplifica essas incertezas. Enquanto a UE mantém sanções contra a Rússia e apoia Kiev economicamente, a fadiga dos Estados-membros com o conflito prolongado e as pressões energéticas geram divisões.
O Reino Unido, ainda que mediante o sacrifício do seu povo, tem sido um aliado-chave na assistência militar à Ucrânia, mas sua posição pós-Brexit, além da insatisfação interna, cria ambiguidades na coordenação com a UE.
A cúpula, portanto, não apenas abordará a relação bilateral, mas também sondará alinhamentos em temas de segurança regional e global, onde a unidade europeia é pré-requisito para influenciar desfechos favoráveis ao bloco e aos ingleses.
A fragilidade política em países como Romênia e Portugal ilustra como crises domésticas podem contaminar o projeto europeu. Governos frágeis, sem maioria parlamentar ou sustentados por arranjos políticos débeis, não oferecem segurança para projetos de médio e longo prazos.
A questão da migração, por exemplo, está permanentemente adiada por causa do crescimento de partidos eurocéticos em países do bloco e no Reino Unido, reforçando a existência de uma ameaça aos consensos básicos sobre integração.
A cúpula UE-Reino Unido, ao destacar cooperação pragmática, pode servir de contraponto a narrativas nacionalistas, mas seu sucesso depende de avanços concretos que convençam cidadãos céticos, algo que – pelo menos nas urnas – não pareça tão simples.
Externamente, a UE precisa navegar entre a assertividade da China, a imprevisibilidade dos EUA sob diferentes administrações e a instabilidade no flanco leste da OTAN. Convenhamos, não é uma tarefa fácil.
A cúpula com o Reino Unido, nesse cenário, é a oportunidade para reavaliar a viabilidade das posições em defesa de um sistema multilateral baseado em regras, objetivo ameaçado pelo cenário atual e pela volatilidade das relações transatlânticas.
A tensão desnecessária com potências como Rússia e China, também ameaça o futuro da UE. Situação agravada pela incapacidade do bloco em resolver suas vulnerabilidades internas.
Com isso, a UE corre o risco de projetar incoerência, perdendo espaço para atores alternativos em agendas globais e minando a confiança dos cidadãos dos países membros, em decorrência da visível falta de unidade do bloco.
Esta semana será decisiva para sabermos qual o futuro da Europa. A cúpula UE-Reino Unido não será apenas um marco pós-Brexit, mas um termômetro da capacidade europeia de superar divisões e projetar unidade em um contexto de fragmentação global.
A semana começa com a formação de governos frágeis em Portugal e Romênia. Em teste estará a resiliência institucional do bloco, as solução das tensões com os EUA, a relação entre a UE e a OTAN e as negociações de cessar-fogo entre Ucrânia e Rússia. São muitas frentes.
Sem uma liderança coesa, o sucesso do encontro dependerá de equilibrar pragmatismo diplomático com respostas robustas aos desafios internos. Em suma, será um passo necessário para que a UE não se torne apenas um espectador, mas um verdadeiro ator de soluções globais.