
Russia Ukraine War
Lorenzo Carrasco
A chamada Operação Teia de Aranha (Operation Spiderweb), desfechada pelo serviço de inteligência da Ucrânia contra bases aéreas russas, em paralelo com atos de sabotagem contra viadutos ferroviários e trens civis, teve a participação ativa da inteligência dos EUA e do Reino Unido, como admitem especialistas russos, estadunidenses e europeus.
Além do objetivo imediato de tentar sabotar a rodada de negociações russo-ucranianas em Istambul, ocorrida em 2 de junho, a operação, que não poderia ter um nome mais apropriado, teve também o evidente propósito de enquadrar o presidente Donald Trump, tanto em seus esforços de mediar o confronto russo-ucraniano, quanto a qualquer intenção de interferir na liberdade de ação do Sistema da Reserva Federal para controlar a política monetária estadunidense.
O Deep State tem uma longa tradição de reagir ferozmente contra ocupantes da Casa Branca que se disponham a se desviar da pauta principal de manter um inimigo existencial permanente – antes, a União Soviética, hoje, a Federação Russa – e manter o controle da Reserva Federal sobre a política monetária e seus benefícios para Wall Street.
Isso ocorreu com Dwight Eisenhower (1953-1961), que, em 1960, teve que cancelar uma reunião com o líder soviético Nikita Krushchov na Suíça, para reduzir as tensões entre os EUA e a URSS, depois que um avião-espião da CIA foi deliberadamente enviado ao espaço aéreo soviético e foi abatido, com o piloto aprisionado. Anteriormente, Eisenhower havia ordenado a suspensão dos voos de espionagem, exatamente, para não prejudicar a cúpula com Krushchov.
E o mesmo ocorreu com John Kennedy (1961-63), que, nos últimos meses antes do seu assassinato, estava fazendo acenos ao mesmo Krushchov em um esforço para encerrar a Guerra Fria, inclusive, com a proposta de uma missão espacial conjunta à Lua. Na frente interna, Kennedy determinou uma grande emissão de crédito pelo Departamento do Tesouro, visando a driblar as restrições monetárias da Reserva Federal.