
Wellington Calasans
A desordem social que se intensifica nos Estados Unidos, particularmente em Los Angeles, expõe a existência de um projeto que construiu uma sociedade profundamente dividida politicamente e ideologicamente.
O que começou como um protesto contra o Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) rapidamente escalou para cenas de caos, com “multidões de insurgentes” bloqueando rodovias, atacando policiais e ateando fogo em tudo o que era visto como obstáculo.
A narrativa inicial de contestação migratória, coordenada por organizações sem fins lucrativos acusadas malandramente de alinhamento marxista (se apresentam como tal apenas para fortalecer os neoliberais), transformou-se em um cenário que especialistas classificam como “comportamento insurrecional”.
A escalada sugere não apenas um descontentamento pontual, mas uma estratégia coordenada para minar a autoridade federal, refletindo táticas similares às de 2020, quando movimentos como o Black Lives Matter foram mobilizados para agitação generalizada.
A orquestração por elementos do Partido Democrata, desde líderes locais até elites em Washington, é evidenciada pela atuação de ONGs financiadas por fundos opacos.
Uma publicação norte-americana lembrou que Kyle Bass, CEO da Hayman Capital, destacou no X que a obstrução a mandados legais configura um caso de RICO, questionando a legitimidade de grupos como ActBlue e CHIRLA.
Essa articulação, que mescla retórica ideológica e ação direta, caracteriza uma “revolução colorida” planejada para desgastar o governo Trump e influenciar o sentimento público.
A conexão entre movimentos sociais e agendas partidárias reforça a tese de que a desordem é instrumentalizada para fins políticos, especialmente após um ano eleitoral conturbado.
As instituições, no entanto, mostraram-se negligentes na contenção do caos. A lentidão em responsabilizar organizações que incitam violência ou em conter a escalada de ataques a símbolos de autoridade sugere uma falha estrutural.
O Dr. David Asher, do Hudson Institute, foi incisivo: “Eles deveriam ser deportados”, referindo-se a imigrantes ilegais envolvidos nos tumultos, destacando como a agitação civil é estimulada por redes transnacionais.
A Casa Branca, por meio de Stephen Miller, reforçou a crítica ao afirmar que Los Angeles é um “território ocupado”, evidenciando a dimensão geopolítica do conflito.
A resposta governamental, porém, parece fragmentada. Enquanto autoridades como Asher e Miller apontam para deportações e soberania territorial, a narrativa dominante em certos setores midiáticos insiste em minimizar os vínculos entre violência e ideologia.
Essa dicotomia mostra uma sociedade em que instituições estão não apenas divididas, mas também em conflito aberto sobre como definir — e combater — o caos.
A incapacidade de estabelecer um consenso sobre os limites da contestação política agrava a crise, tornando o conflito social um instrumento cada vez mais normalizado.
No centro dessa turbulência, permanece a pergunta: até que ponto as instituições, ao tolerarem ou mesmo incentivarem certas narrativas, contribuíram para a erosão da ordem?
A história recente mostra que, quando a linha entre protesto legítimo e insurreição é deliberadamente borrada, o resultado é um ciclo de violência que ameaça não apenas a estabilidade, mas a própria noção de unidade nacional.
A resposta a essa crise exigirá mais do que medidas punitivas; demandará um realinhamento institucional capaz de reconstruir pontes em uma sociedade à beira do colapso.
Diante disso, se eu fosse consultado por Trump, lembraria que a força é monopólio do Estado. Para um bom entendedor, meia palavra basta.