
Apesar de toda a retórica do presidente Lula, de condenação da campanha israelense em Gaza, denunciando o genocídio, as exportações de petróleo e derivados aumentaram exponencialmente desde o início do confronto, em outubro de 2023, segundo denúncia do jornalista Eduardo Vasco.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio mostram que a venda de óleos combustíveis de petróleo teve um aumento de de 12.380% em 2024, em valores em comparação com 2023, e, até abril de 2025, teve um aumento de 256% em relação a 2024.

A exportação de óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos crus teve um aumento de 55% em 2024 em comparação com 2023, totalizando um valor de mais de R$ 1 bilhão. A exportação de produtos residuais de petróleo e materiais relacionados, em 2024, foi 1.347% maior que em 2023, e foi também maior do que em qualquer ano do governo Bolsonaro, quem apregoava ser um aliado de Israel.
Essas revelações surgem em meio a uma matéria do jornal britânico “The Guardian”, a partir de relatórios da organização Oil Change International, de que carregamentos de petróleo brasileiro estariam abastecendo as refinarias de Haifa e Ashod, via oleoduto ao sul da cidade portuária de Ashkelon. Estas duas entregas teriam acontecido em dezembro de 2023 e fevereiro de 2024, após o início da campanha em Gaza. O petróleo teria sido fornecido a partir de campos offshore de propriedade conjunta da Shell, da francesa TotalEnergies e da Petrobras.
Segundo as entidades sindicais Federação Única dos Petroleiros e Federação Nacional dos Petroleiros, o Brasil destinou 2,7 milhões de barris de petróleo bruto a Israel, em 2024. Em final de maio, ambas as entidades assinaram uma carta a Lula cobrando um embargo da exportação de petróleo e derivados a Israel, em função da política de extermínio em Gaza.
Dados da Oli Change mostram que os principais fornecedores para Israel são EUA, Azerbaijão, Cazaquistão, Rússia e Gabão, com ativa colaboração das empresas BP, Chevron, ExxonMobil, Shell e TotalEnergies.