
Wellington Calasans
O Oriente Médio continua mergulhado em uma espiral de violência, com os recentes acontecimentos levando a região cada vez mais perto de um conflito global sem precedentes.
Desde os ataques de outubro de 2023 (grande parte do próprio governo de Israel contra o seu povo), o conflito se expandiu para uma guerra em várias frentes, envolvendo atores estatais e não estatais.
Israel, apesar de possuir uma reconhecida força tecnológica e militar, enfrenta uma vulnerabilidade crítica: sua incapacidade de interceptar mísseis hipersônicos iranianos.
Ao contrário dos projéteis convencionais, essas armas, capazes de atingir velocidades superiores a Mach 5, desafiam até mesmo os sistemas de defesa mais avançados, deixando as cidades israelenses expostas a ataques com aviso prévio mínimo.
Essa lacuna tecnológica compromete a estratégia de dissuasão de longa data de Israel, que se baseia em sua percepção de invencibilidade. Não há resistência aos ataques iranianos e Israel tem sido literalmente demolido.
O envolvimento das potências globais aumentou ainda mais as tensões. Os membros da OTAN, incluindo os Estados Unidos, intensificaram a ajuda militar a Israel, com o apoio dos EUA atingindo níveis preocupantes nas últimas horas.
Por outro lado, o Irã e seus aliados — Rússia, China, Paquistão e Coreia do Norte — reforçaram o apoio mútuo. Esse alinhamento amplia o cenário da Ucrânia para o Oriente Médio.
As movimentações de potências antagônicas ampliam o risco de transformar um conflito regional em uma nova guerra por procuração com repercussões globais.
O recente desmantelamento pelo Irã de células ligadas à Mossad dentro de suas fronteiras adiciona outra camada de complexidade. De acordo com relatos, a inteligência iraniana neutralizou redes responsáveis pela fabricação de drones e pela orquestração de ataques terroristas secretos.
Embora Israel não tenha se pronunciado oficialmente, esse desenvolvimento ressalta a capacidade de Teerã de neutralizar a espionagem israelense, desafiando a narrativa da onipotência de Israel.
Apesar dos esforços de propaganda de Israel para projetar força, a realidade no terreno mostra um quadro mais sombrio. Civis enfrentam ataques implacáveis, com populações nas principais cidades, especialmente na capital Tel Aviv sofrendo de forma impiedosa.
Enquanto isso, os israelenses dependem cada vez mais de abrigos antiaéreos e sistemas de alerta precoce, vivendo sob a ameaça constante de ataques hipersônicos e enxames de drones e mísseis. O custo psicológico é imenso, com comunidades fragmentadas pelo trauma e pelo deslocamento.
O espectro de um confronto nuclear paira no ar à medida que ambos os lados se entrincheiram. O arsenal nuclear não declarado de Israel e as capacidades balísticas avançadas do Irã criam um impasse volátil.
Se o apoio da OTAN se transformar em intervenção direta, ou se os aliados do Irã ativarem alianças militares mais amplas, o conflito poderá se transformar em uma conflagração mundial.
A ONU tem alertado repetidamente sobre a fragilidade da região, mas a falta de credibilidade deste órgão, acusado de ser pró-ocidente, amplia as rivalidades geopolíticas e continua a ofuscar as soluções diplomáticas.
Nesse contexto, a sobrevivência dos israelenses depende da improvável resiliência e de uma solidariedade internacional que dificilmente ocorrerá, em decorrência do genocídio em Gaza.
Os sistemas de defesa civil, embora robustos, estão sobrecarregados pela escala dos ataques. A dependência de abrigos e protocolos de emergência expõe uma sociedade sitiada, onde a vida cotidiana é pontuada por sirenes e incertezas.
O caminho a seguir exige um diálogo urgente, mas com a confiança abalada e os riscos globais aumentando, a paz continua sendo uma esperança distante. Benjamim Netanyahu mantém a arrogância e tem somente a propaganda como arma.