
Lorenzo Carrasco
Os acontecimentos das últimas semanas no campo estratégico estão demonstrando que o Deep State continua tão firme em Washington como nos dias do leitor de teleprompters Joe Biden, e que seu sucessor Donald Trump está longe de representar uma ameaça à agenda hegemônica daquele virtual governo paralelo.
Semanas atrás, Trump estava negociando com seu colega russo Vladimir Putin, e a Ucrânia, com apoio direto da CIA e do britânico MI-6, atacou bases da aviação estratégica russa, cujos bombardeiros estavam expostos nas pistas por conta dos termos do acordo de limitação de armas New START, do qual Moscou suspendeu a sua participação, mas não se retirou dele e continuou seguindo os termos estabelecidos.
Agora, estava negociando um novo acordo nuclear com o Irã e criou condições para que Israel desfechasse um traiçoeiro ataque ao país persa, gerando um cenário de escalada potencial que pode resultar em um conflito de grandes proporções, inclusive, com o uso de armas nucleares.
Para agravar ainda mais o quadro, em vez de atuar como um estadista de fato e tratar de colocar panos quentes na situação, Trump ainda debocha dos iranianos com elogios ao “excelente” ataque israelense, o que, na verdade, apenas ressalta a sua própria insignificância, que pode custar caro às suas ambições.
Porém, mais do que a impotência de Trump, tais fatos evidenciam o desespero do Deep State,
pela acelerada erosão da sua pretendida capacidade hegemônica. Por conseguinte, nada melhor que uma guerra global, ainda que suicida. Em Washington, Tel Aviv, Bruxelas, Londres e Paris, aqueles psicopatas guiados por uma ambição global e uma visão apocalíptica e fundamentalista do mundo, agem como avatares termonucleares do infausto rei francês Luís XV, o penúltimo antes da revolução de 1789, célebre pela frase “depois de mim, que venha o dilúvio”.