
Wellington Calasans
Nas últimas 24 horas, os Estados Unidos lançaram uma série de ataques aéreos contra instalações nucleares iranianas, marcando uma escalada sem precedentes no conflito entre Washington e Teerã.
O Irã condenou veementemente a ação, classificando-a como uma “declaração de guerra sob um pretexto absurdo”, enquanto seu representante na ONU acusou os EUA de agirem com base em “invenções” para justificar a agressão.
A operação, denominada “Martelo da Meia-noite”, fez ressurgir um presidente norte-americano, Donald Trump, confiante e, de certa forma, arrogante. Mal lembrava daquele Trump que 48 horas ates, prometia que somente se pronunciaria sobre um envolvimento na guerra, em apoio a Israel, depois de duas semanas.
Após os ataques nas instalações nucleares do Irã, Trump afirmava sem constrangimento que os alvos foram “obliterados completa e totalmente”. Ledo engano! O máximo que Trump teria conseguido com o seu ataque desastroso era unir ainda mais o povo do Irã e legitimar uma retaliação ainda mais severa que as anteriores.
Não apenas a arrogância de Trump durou pouco, como também o entusiasmo dos israelenses que acreditaram finalmente estar protegidos para a manutenção do seu projeto de guerras e genocídio na região.
A resposta iraniana não tardou. Nas primeiras horas desta segunda-feira, o Irã prometeu retaliar com “danos sérios”, lançando mísseis balísticos e drones kamikaze contra cidades israelenses, como Tel Aviv, Haifa e Ashdod, em uma demonstração de força que amplia o conflito regional.
Paralelamente, Israel intensificou seus próprios ataques, visando infraestrutura militar e de inteligência no oeste do Irã e em Teerã, embora sem atingir os alvos principais.
Essa coordenação entre EUA e Israel sugere uma estratégia conjunta para enfraquecer as capacidades bélicas iranianas, mas também eleva o risco de um confronto direto entre potências.
A escalada atual ameaça arrastar outras nações para o conflito. Países do Oriente Médio e de outros continentes já expressaram preocupação, temendo que os ataques desencadeiem uma guerra regional.
A participação direta dos EUA, após anos de tensões diplomáticas, rompe o equilíbrio frágil da região. Além disso, o Irã possui aliados estratégicos, como China, Coreia do Norte, Paquistão e Rússia, além dos grupos militantes no Líbano (Hezbollah) e no Iêmen (Houthis), que podem ser mobilizados para retaliar Israel ou interesses ocidentais.
Um dos pontos críticos da crise é a ameaça iraniana de bloquear o Estreito de Ormuz, rota vital para mais de 20% do petróleo mundial transportado por via marítima. Caso Teerã cumpra a promessa, o preço do barril de petróleo poderia disparar, afetando economias globais já fragilizadas pela inflação e crises energéticas.
Nações dependentes de importações, como China, Índia e países europeus, seriam particularmente impactadas, gerando instabilidade nos mercados e possíveis recessões.
No entanto, os EUA seriam também afetados e como antecipei para os meus seguidores os Estados Unidos, por meio do secretário de Estado Marco Rubio, solicitaram formalmente à China que atue para impedir o Irã de fechar o Estreito de Ormuz.
Foram os norte-americanos que fecharam as portas ao diálogo. Por isso, o conflito pode se expandir, com consequências imprevisíveis para a segurança global. Com a economia aos frangalhos, não podemos descartar que “nivelar por baixo” seria o verdadeiro plano deste caos. O problema é que o caos não tem dono.
Enquanto potências como Rússia e China condenam os ataques norte-americanos, posicionando-se como mediadoras, a comunidade internacional pressiona por uma desescalada.
Pressionado pelo próprio povo a reagir implacavelmente contra os agressores, o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, afirmou que os EUA “receberão uma resposta à sua agressão”, reforçando o ciclo de retaliações que já é visto por especialistas como insuportável para Israel.
Diante de tudo isso, podemos dizer que a ofensiva dos EUA contra o Irã não apenas aprofunda a crise regional, mas também coloca em xeque a estabilidade econômica mundial. Com o Estreito de Ormuz, peça-chave no tabuleiro geopolítico, emergido como um ponto de ruptura.
Enquanto Irã e Israel trocam ataques, a comunidade internacional precisa urgentemente de mecanismos para evitar que o Oriente Médio mergulhe em uma guerra total, cujos efeitos ecoariam por décadas.
Uma boa semana para você!
“Levanta! Me serve um café… que o mundo acabou!” (Nostradamus – Eduardo Dusek)