Wellington Calasans
A estratégia de controle geopolítico adotada por Estados Unidos e Israel frequentemente se baseia não apenas no crescimento interno, mas também na sabotagem do progresso de outros países.
Esse modelo de poder global, que busca manter a hegemonia por meio da contenção de rivais emergentes, tem sido aplicado em várias regiões ao longo das últimas décadas.
Um exemplo claro dessa abordagem é o tratamento dado à China, cujo rápido crescimento econômico foi sistematicamente questionado pela imprensa ocidental.
Durante anos, analistas e mídia falaram sobre a “iminente explosão da bolha econômica chinesa”, uma narrativa que buscava minar a credibilidade do país e desacelerar sua ascensão como potência global.
No entanto, apesar dessas tentativas de sabotagem, a China continuou a prosperar, consolidando-se como uma das maiores economias do mundo.
A Índia, por sua vez, surge como o novo alvo dessa estratégia de contenção liderada pelo sionismo e pelos EUA. Sob o governo Trump, as relações entre os Estados Unidos e a Índia mudaram drasticamente, com o foco inicialmente positivo sendo substituído por tensões preocupantes.
Um dos principais motivos dessa mudança foi a decisão indiana de comprar petróleo russo, prática também adotada pela China.
Embora a economia indiana estivesse se expandindo e o comércio com os EUA ajudasse a equilibrar a influência chinesa, Trump decidiu impor dificuldades à Índia, prejudicando principalmente sua população.
Essa postura reflete um padrão histórico de sabotagem econômica e política contra nações que ameaçam interesses estratégicos norte-americanos ou do sionismo israelense.
Esse padrão pode ser observado em diversos episódios da história recente. Líderes como Saddam Hussein e Bashar al-Assad, que inicialmente contavam com apoio ocidental, tornaram-se alvos quando começaram a construir economias autônomas e fortes conexões regionais.
Saddam, por exemplo, estava desenvolvendo uma economia robusta e independente, o que o colocou na mira do império norte-americano.
Assad, por sua vez, manteve vínculos com os palestinos e resistiu à pressão israelense, tornando-se um inimigo após a invasão do Iraque.
Esses casos ilustram como os EUA e seus aliados frequentemente veem nações prósperas como ameaças, buscando controlá-las ou desestabilizá-las para preservar seu domínio global.
A postura de Trump em relação à Índia também revela uma estratégia antiga de divisão e manipulação, semelhante à lenda do Cavalo de Troia.
Ao condenar as importações de petróleo russo pela Índia, Trump não apenas expôs a hipocrisia de exigir que outros países seguissem regras que ele mesmo não respeitava, mas também criou uma armadilha diplomática.
A confiança em figuras como Zelensky, da Ucrânia, muitas vezes leva a subestimações de adversários como a Rússia, resultando em conflitos prolongados e instabilidade regional.
O conselheiro militar de Trump, general Dan Caine, conhecido por seu envolvimento em guerras no Oriente Médio, representa essa mentalidade intervencionista que prioriza o caos de países vistos como “ameaças”.
Enquanto isso, a deterioração nas relações entre Modi e os EUA abre espaço para novas alianças internacionais. Modi agora busca explorar relações mais próximas com a China, enquanto países como a Venezuela voltam-se novamente para a Rússia e os BRICS, mesmo com a sabotagem de Lula (cria da CIA) aos venezuelanos.
Essa reconfiguração geopolítica demonstra que as tentativas de sabotagem nem sempre têm o resultado esperado. Em vez de enfraquecer seus adversários, essas estratégias podem fortalecer laços alternativos e criar blocos econômicos e políticos mais resilientes.
Consequentemente, os próprios países ocidentais enfrentam riscos crescentes, como o aumento da inflação e a perda de influência global. A Alemanha, por exemplo, pode entrar em breve na fase de quebradeira dos bancos. Algo que afetará toda a Europa.
