Recentemente agraciada com o Prêmio Nobel da Paz, a líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado disse em live com Donald Trump Jr., que caso chegue ao poder abriria o mercado de petróleo do país para os EUA, privatizando as reservas para as empresas deste país.
“Esqueça a Arábia Saudita, nós temos mais petróleo do que eles, com potencial infinito. Nós vamos abrir o mercado e chutar o governo e privatizar todo o setor. A Venezuela tem muitos recursos: petróleo, gás, minerais, terra e tecnologia e também uma localização estratégica, há algumas horas de distância dos Estados Unidos.
“As companhias dos EUA estão em uma posição super estratégica para investir. Este país, a Venezuela, vai ser a melhor oportunidade de investimento para as empresas dos EUA, de boas pessoas que vão fazer muito dinheiro” – essas foram as palavras dirigidas ao filho do presidente Trump.
Compare-se a postura de Corina com a de Le Duc Tho, o representante do Vietnã nas negociações de paz para o fim da sangrenta guerra em seu país junto ao então secretário de Estados dos EUA, Henry Kissinger. Ambos foram agraciados com o Nobel da Paz de 1973, mas ao contrário do representante dos EUA, Tho rejeitou o prêmio.
Na época afirmou que as condições para a implementação do Acordo de Paris, que incluíam a troca de prisioneiros de guerra, um cessar-fogo supervisionado internacionalmente e a retirada permanente das tropas americanas do Vietnã, não estavam dadas, logo não faria sentido aceitar a paz.
Em carta endereçada à presidente do Comitê Nobel, Tho escreveu “só poderei considerar aceitar o prêmio quando o Acordo de Paris for respeitado, as armas silenciadas e a verdadeira paz for estabelecida no Vietnã do Sul”.
