Aldo Rebelo
Em entrevista na Rede Bandeirantes, Aldo Rebelo comentou a crise na segurança pública e a operação policial no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho.
Acredita que as leis não favorecem a repressão à atuação das facções criminosas, que buscam cada vez mais domínio territorial sobre as áreas das grandes cidades, com destaque para a capital fluminense. “Só combateremos o crime organizado com leis especiais, podem chamar de leis de exceção”. Para Aldo, os mesmos direitos que são concedidos aos cidadãos comuns não podem ser estendidos aos membros das facções e milícias, incluindo a concessão de habeas corpus e as audiências de custódia.
Sobre a omissão do governo federal diante da violência no Rio, defende que o governo federal dê apoio logístico, conforme já foi dado em outras ocasiões, incluindo durante a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Perguntado sobre as operações de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) afirmou que as elas poderiam ser feita em conjunto com os governos estaduais, ressaltando que a ausência da GLO não impede que o governo federal mobilize recursos para as forças policiais estaduais, inclusive com apoio logístico das Forças Armadas.
Em entrevista após as operações do dia 28, o governador do RJ, Cláudio Castro, afirmou que o governo federal lhe negou apoio das FFAA nas operações policiais, com o uso de blindados da Marinha, porque, segundo ele, seria necessária a decretação de uma GLO e não havia interesse político de Lula para isso.
Aldo também destacou a incompreensão da esquerda em torno da agenda da segurança pública: “a esquerda hoje prefere ver no crime uma manifestação de protesto, mas o protesto que eu aprendi, enquanto militante político, foi a luta por direitos. Essa incompreensão leva a uma complacência e a uma cumplicidade com o crime, quando este atinge os mais pobres e não os bancos, já que estes têm seguros”.
Fazendo um paralelo entre a limitação das operações policiais no Rio de Janeiro, limitadas pelos efeitos da ADPF 635, e a desenvoltura das atividades de repressão na Amazônia, o ex-ministro defende que não há mais como desvincular a questão da segurança pública da segurança nacional. “Há um grande paradoxo na atuação policial hoje: na Amazônia, a Força Nacional de Segurança pode entrar em propriedades, confiscar animais e destruir benfeitorias, mas no Rio de Janeiro, encontra-se amarrada pelas limitações da ADPF”, defendeu, ressaltando que a invasão territorial do crime organizado ocorre em todas as regiões do país, incluindo a Amazônia, o que torna a questão da segurança uma questão nacional.
Veja a entrevista aqui.
