Por Felipe Quintas.
O baiano (e mulato, ou negro, para os identitários) Rômulo Almeida foi uma das figuras mais importantes da história do Brasil.
Chefe da Assessoria Econômica no segundo governo Getúlio, coordenou diretamente a criação da Petrobrás, da Capes, do CNPq e do Banco do Nordeste, do qual foi o primeiro presidente.
Como secretário da Fazenda da Bahia, ainda nos anos 50, implementou o primeiro plano de desenvolvimento do estado. Foi nomeado por Jânio Quadros representante do Brasil na Aliança para o Progresso.
Depois do golpe de 64, filiou-se ao MDB, o que não o impediu de ser consultor do Ministério da Indústria e Comércio do governo Costa e Silva e seu representante oficial na SUDENE.
Articulou diretamente com o Conselho de Segurança Nacional do governo Médici a criação do Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, até hoje o maior polo industrial do hemisfério sul e do qual atuou como um dos principais planejadores enquanto empresário, dono da CLAN, em parceria com os Odebrecht.
Com a redemocratização, aproximou-se de Brizola, mas terminou sua carreira política no MDB.
Você nunca ouviu falar dele? Pois é. Aqui no Brasil, quem constrói alguma coisa de útil e de fato melhora a vida das pessoas ou é esquecido ou é difamado.
Mas pra 171, bandido, vagabundo e criminoso, nunca faltam homenagens póstumas as mais variadas.
Nossa Felipe, nessas horas a gente sente um pouco de vergonha, em não saber quem foi esse brasileiro tão dedicado ao BR. Realmente, a gente só conhece mesmo os pilantras.