Por SouthFront
No sétimo dia da operação na Ucrânia, os militares russos mudaram as suas táticas, tanto em termos da condução de ações militares como da sua atitude para com a população civil.
Numerosos veículos de reconhecimento não-tripulados das Forças Armadas russas foram observados nos céus sobre a Ucrânia. As colunas da retaguarda e de abastecimento começaram a mover-se com guardas de combate. O movimento de veículos blindados, tanto aqueles em deslocamento como aqueles em áreas urbanas com infantaria dentro, foi registrado. A presença de aviões de ataque nos céus da Ucrânia aumentou. A coordenação e interação entre várias unidades intensificou-se. A artilharia é utilizada sempre que possível. Além disso, os russos começaram a atacar instalações militares que aparentemente e a princípio haviam planejado tomarem sem danificá-las.
A reação das unidades russas a ações provocatórias por parte de civis e especialmente de membros das chamadas “forças de defesa territorial” também mudou. Kiev insta os civis a resistir com o lançamento de coquetéis Molotov contra veículos, bloqueios de estradas e mesmo ataques surpresa por meio de aproximações junto a tropas russas sob o pretexto de intenções pacíficas. Até 1º de março, os militares russos tinham ordens para evitar retaliações a provocações de todas as formas possíveis. Agora, a ordem parece ter mudado e as unidades russas começaram a agir de acordo com as normas de comportamento em território inimigo. Por exemplo, no 1º de março, em resposta a uma emboscada por unidades da defesa territorial perto de Kherson, que tentaram atirar coquetéis Molotov em um comboio russo, foi aberto um brutal fogo de retaliação sobre o inimigo. Um vídeo registra pelo menos 10 mortos.
A mudança de tática é atribuída à experiência dos primeiros cinco dias do conflito e ao fato de generais de combate e oficiais superiores com vasta experiência em operações de combate em várias regiões terem sido levados ao comando.
As autoridades ucranianas recusam-se a prestar assistência de evacuação à sua população. Os residentes em Kiev estão entregues à mercê do destino. A estação ferroviária está bloqueada. A polícia e as forças de aplicação da lei estão ausentes. A pilhagem e o caos estão aumentando.
As unidades russas não têm pressa de entrar na capital. Estão expandindo as zonas de controle à sua volta. Estão agora perto de Brovary, onde conquistaram uma posição de de domínio.
No 1º de Março, as forças russas entrincheiraram-se nos arredores de Carcóvia [também chamada de “Karkhiv” ou “Karkhov”], no meio de ataques com mísseis pesados e bombardeios contra instalações de infraestruturas militares chave. Há uma troca intermitente de tiros na periferia da cidade. A administração municipal rejeitou as negociações sobre a abertura de um corredor humanitário. Unidades de batalhões nacionalistas disparam contra carros de civis que tentam abandonar a cidade.
Unidades da RPD (República Popular de Donetsk) e da Rússia cercaram completamente Mariupol. Quase todos os povoados vizinhos estão sob o controle das forças da “Coalizão Eurasiática”. Os corredores humanitários estarão abertos até ao final do dia 2 de março. Depois disso, o último assalto à cidade está provavelmente planejado.
A luta continua em Volnovakha, o bastião chave de Kiev em Donbass. As unidades ucranianas tentam fornecer cobertura para a retirada das suas principais forças da região.
Os militares da RPD confirmaram oficialmente que o quartel-general da Força-Tarefa Ucraniana Norte foi completamente destruído. Quase todos os oficiais foram mortos. O quartel-general da força de intervenção do “Leste” foi também destruído.
As forças do RPL (República Popular de Lugansk) também tiveram um sucesso considerável. No dia 2 de março, Starobelsk e várias aldeias próximas foram libertadas. Estão sendo feitos progressos em direção a Severodonetsk e Rubizhne. Svatovo foi bloqueada. As tropas russas alcançaram Izyum e entrincheiraram as suas posições de ataque.
Entretanto, as forças russas estão quebrando as defesas perto de Vasilievka, o bastião que cobre Zaporizhia. São relatadas perdas em todos os lados.
Esses acontecimentos ocorreram no meio da tomada completa do importante centro regional de Kherson. A administração está cooperando e fazendo o seu melhor para manter uma situação pacífica na cidade com a ajuda das Forças Armadas russas. O desarmamento dos membros da “defesa territorial” começou. A polícia, a ambulância e os serviços de emergência estão trabalhando normalmente.
As forças russas estão cercando a cidade de Nikolaev. A partir da manhã de 2 de março, a cidade já se encontra semicercada. A estrada Nikolayev-Krivoy Rog está bloequeada. A guerra na Ucrânia, iniciada em 2014 e que dura até o presente, já se tornou o conflito mais sangrento da Europa nos últimos 77 anos, ultrapassando todas as guerras iugoslavas combinadas. De acordo com fontes dentro das partes em conflito, nos últimos seis dias, pelo menos 2.730 pessoas do lado russo e da RPD e RPL, e 11.150 do lado ucraniano, incluindo desertores, foram mortas ou dadas como desaparecidas.