Por Antonio Risério.
Dia da – ainda hoje – maior revolução social brasileira, como sabe quem conhece o assunto.
Antes disso, fomos TODOS escravistas.
Hoje, os movimentos negros, como de praxe, falsificam a história, dizendo que os escravos lutaram contra a escravidão. É mentira. Escravos de diversos povos lutaram sempre contra a escravização de seus próprios grupos, não contra a escravização de grupos diferentes do seu. Quanto a estes, eles mesmos podiam planejar escravizar.
Foi assim nos Palmares, século XVII, e na insurreição Malê de 1835. Havia escravos nas vilas e plantações de Palmares (e de ambos os sexos; mulheres eram sequestradas nas vizinhanças dos arraiais aquilombados da Serra da Barriga e condenadas a prestar serviços domésticos, agrícolas e sexuais aos palmarinos). Em 1835, o plano dos Malês eram fuzilar os brancos e escravizar mulatos como Abdias do Nascimento e Camila Pitanga, por exemplo. Ou seja: éramos TODOS escravistas.
Só com o movimento abolicionista, especialmente a partir da década de 1860, é que o escravismo foi combatido, pela primeira vez, não de forma localizada ou particularizada. Mas em seu conjunto. Como sistema. E o movimento abolicionista – a maior coalizão de classes e cores de que se tem notícia em nossa história – venceu. Parcial e fragmentariamente, mas venceu.
E digo que ainda hoje a abolição é a nossa grande revolução social porque não vejo, depois disso, nada que se compare a ela, em extensão e profundidade. Em comparação com o que aconteceu então, anos e anos de governo de esquerda no país, entre fins do século XX e começos do XXI, só produziram coisas bem menores, alcançadas com passos miúdos – e tímidos. Como a reforma agrária, por exemplo.
Logo, VIVA O 13 DE MAIO.
Todos os quilombos de médio e grande porte tinham escravos – e quilombo para ser considerado grande só precisava de uns 10 mil habitantes. Palmares tinha 20 mil, 2 vezes menos do que um estádio de futebol.
A escravidão era vista como a norma social e ninguém lutava contra ela como instituição. Inclusive a África só aboliu a escravidâo em 1981 do continente.
O escravo era como o proletário de hoje: aquele sonhava em ser senhor como este sonha em ser burguês.
A escravidão era vista como uma condição natural em quase todo o mundo até o século XIX.
Parabéns a Risério por mostrar a malandragem desses racialistas.