
“Não entendo como alguém pode desejar que o cristianismo seja verdadeiro; porque, se assim o for, a simples linguagem do texto parece reservar aos homens que não creem – e isso incluiria o meu pai, o meu irmão e quase todos os meus melhores amigos – o castigo eterno. E essa é uma doutrina abominável.” (Charles Darwin)
Por Rodrigo Pedroso.
O Evolucionismo não é ciência, é uma ideologia feita para dispensar a necessidade de um Criador. Se não há criação, logo não há Criador.
Mas o Evolucionismo não entrega o que promete, ou seja, não dispensa a necessidade de um Criador. Pois, se de fato, como querem os evolucionistas, a evolução das espécies não acontece ao acaso ou caoticamente, mas obedece a leis, então isso significa que a evolução, em si mesma privada de inteligência, comporta-se inteligentemente, como a seleção natural “sabe” as espécies que deve selecionar?
Ora, algo privado de inteligência só se comporta inteligentemente porque participa de uma inteligência superior. Essa inteligência superior, por sua vez, ou é também ordenada a inteligir por outra inteligência superior ou se identifica com sua própria intelecção (a primeira inteligência). Como uma série real não pode ser infinita, tanto num caso como outro há necessariamente uma Inteligência que é seu próprio ato de entender, a qual seria a causa da ordem da própria evolução, Inteligência suprema primeira e ordenadora, a que chamamos Deus. Em outras palavras, caso as alegadas leis da evolução fossem provadas, seriam elas uma prova a mais da existência de um Deus ordenador, não o contrário.
Os protestantes fundamentalistas repudiam o evolucionismo em nome da Bíblia, ou melhor, em nome do sentido literal da Bíblia, que devem manter sobretudo na medida em que são desprovidos de uma autoridade magisterial viva que possa julgar entre as diversas interpretações possíveis do texto sagrado. Em seu lugar defendem o Design Inteligente e o criacionismo, que não são ciência, como o evolucionismo também não é. Uma acomodação entre o evolucionismo e a Bíblia é possível, pois, de certo modo, a narrativa bíblica da criação vai do mais simples para o mais complexo, ainda que o Evolucionismo tenha sido inventado para expulsar Deus da cultura. Mas não é esse o real problema. Eu contesto o evolucionismo em nome, não da Bíblia, mas da observação e da experiência humana, que constata a fixidez essencial das espécies: cada ser vivo emana sempre de outro semelhante a si.
Ademais, se existe algo definitivamente provado em biologia, é a refutação da abiogênese ou geração espontânea, falseada do jeito que o filósofo Karl Popper propõe. O Evolucionismo é insustentável ante esses dois poderosos fatos: (1) a observação e a inveterada experiência humana que constatam a fixidez essencial das espécies; (2) a refutação científica da geração espontânea que, a contrário sensu, estabelece que omne vivum ex vivo (“toda vida provém da vida”).
O Evolucionismo pretende construir toda uma biologia a partir da negação dos dois fatos biológicos mais eloquentes. É mais ou menos como construir uma física que negasse o movimento.
Aliás, se formos coerentes com o evolucionismo, deveríamos aceitar o racismo, pois seria de esperar na própria espécie humana a presença de variedades mais ou menos evoluídas, cujas populações deveriam ser mantidas em isolamento reprodutivo, para que pudessem dar origem a espécies mais evoluídas. A miscigenação seria um crime. O próprio Brasil seria um crime contra a evolução.
Ademais, há milênios os homens constataram que o isolamento reprodutivo de determinadas variedades não produz novas espécies, apenas reforça as características da própria espécie que interessam ao lavrador ou criador. Você reserva um touro reprodutor para obter um rebanho bovino melhor para a finalidade que você quer (leite, carne etc.) e isso não vai fazer aparecer outro tipo de bicho.