
Palácio do Planalto na Praça dos Três Poderes em Brasília
O futuro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) é incerto. Setores do governo, tendo à frente a primeira-dama Janja da Silva, querem desidratar o órgão, “desmilitarizá-lo”, entregando ao controle de policiais federais, ao enxergar nos militares “inimigos naturais” do presidente Lula.
Por outro lado, há um esforço de outros setores em emplacar o General Marcos Antônio Amaro no comando do GSI, ao passo que o ministro interino Ricardo Cappelli, tenta proteger a imagem do General Marco Gonçalves Dias, demitido do cargo.
Assim, mesmo que o segundo grupo vença a queda de braço, é provável que o GSI perca o peso estratégico que teve no governo anterior, limitando-se a ser um órgão de segurança institucional da presidência e não um órgão com capacidade de estabelecer um planejamento estratégico das ações do Executivo. A tendência do atual governo é justamente repassar funções para os ministérios.
Tal escolha poderá ser desvantajosa para o governo, que parece não ter um rumo estratégico bem definido, mas muda de posição de acordo com as mudanças do vento, para ficarmos em uma figura de linguagem.
Se antes Bolsonaro reunia no GSI decisões estratégicas sobre diversos temas, Lula prefere dispersas o centro decisório para os ministérios, onde grupos de pressão e lobbies se fazem melhor representar.