O presidente da África do Sul Cyril Ramaphosa anunciou que seu país irá se desligar do Tribunal Penal Internacional. Segundo ele, a decisão foi tomada no âmbito do Congresso Nacional Africano (CNA), o partido que dirige o país desde 1994, com a eleição de Nelson Mandela.
Desde 2016, o país tem ameaçado sair do TPI, mas a gota d´água foi o mandato de prisão contra o presidente Vladimir Putin, emitido pelo tribunal.
O CNA tem vínculos históricos com a União Soviética, desde a época em que era proibido pelo regime do Apartheid. Vínculos estes que foram cultivados pela Federação Russa desde o fim da URSS, que contribuíram, dentre outros fatores, que a África do Sul fosse incluída nos BRICS.
A próxima reunião dos BRICS deve ocorrer em agosto na cidade de Durban, e, com essa medida, o presidente Ramaphosa espera a oportunidade que a delegação russa seja chefiada por Putin.
O mandato do TPI contra Putin se fundamenta no suposto deslocamento forçado de crianças ucranianas para a Rússia, ao passo que os russos se defendem que se tratou de uma medida de cunho humanitário para não expô-las aos efeitos dos combates, retornando as mesmas às suas famílias, à medida em que os combates cessavam nas áreas conflagradas.
Ainda que o Brasil seja formalmente membro fundador dos BRICS, não há discussões a respeito da saída do TPI, nem no governo, nem na oposição.