Comentando sobre a intensificação dos conflitos internacionais, com o caso Israel-Palestina, o economista Paulo Nogueira Batista Jr. postou na rede X/Twitter um pedido de reconsideração sobre o papel do setor de Defesa no Brasil.
Ele sabe do que está falando. Ex-presidente do Banco dos BRICS, nomeado para o cargo pela ex-presidente Dilma Rousseff, ele é filho do diplomata Paulo Nogueira Batista, nomeado por Ernesto Geisel para a presidência da Nuclebras, durante o acordo nuclear com a Alemanha Federal, nos anos 1970. Apoiador de Lula, ele também é autor de “O Brasil não cabe no quintal de ninguém”.
Trata-se de uma questão estratégica para o país, frequentemente deixada de lado pela classe política. Tal assunto deve ser tratado pelas comissões de defesa da Câmara e do Senado, para que ganhe força e possa ser uma pauta importante.
Desde o advento da Nova República, o Brasil vem se submetendo aos chamados regimes de não proliferação, pelos quais o país, unilateralmente, foi abrindo mão da capacidade de desenvolver suas atividades nucleares, incluindo para construção de artefatos explosivos (armas nucleares), com a assinatura de acordos internacionais, revertendo as políticas desenvolvidas nos últimos governos militares (Geisel e Figueiredo).
Ao longo desses últimos anos, as poucas vozes que defenderam abertamente a reativação do programa nuclear foram o ex-deputado Enéas Carneiro e, sem muita consistência, Jair Bolsonaro (antes de assumir a presidência). Nesse sentido, urge a questão ser melhor trabalhada pela classe política como um todo, tanto pelos setores governistas quanto oposicionistas.
Recentemente, vimos a formação da Frente Parlamentar em Apoio ao Petróleo, Gás e Energia, sob a presidência do deputado General Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde de Bolsonaro, mas a sob a vice-presidência de Washington Quaquá, também vice-presidente do PT. Ambos congressistas do Estado do RJ, entendem a importância estratégica do setor não só para a economia fluminense, mas do Brasil como um todo.
Em um cenário em que os preços do petróleo podem explodir, com a eclosão de uma guerra no Oriente Médio, é importante que haja o mesmo consenso para o setor de Defesa, tendo em vista a grande produção de energia em áreas offshore, de onde se faz a extração do petróleo do pré-sal. Diante disso, é preciso que se contornem as permanentes restrições orçamentárias às quais se submete a Defesa no sentido de ampliar a frota de naval, incluindo submarinos, e mesmo um sistema de mísseis para proteger a costa.
Para que o Brasil retome o desenvolvimento de atividades nucleares, o maior empecilho seriam as sanções que poderiam ser impostas pelos países que controlam todos os usos da energia nuclear, sobretudo os Estados Unidos. Historicamente, a ameaça das sanções era um grande medo durante a Era Unipolar, que durou desde o fim da Guerra Fria até bem recentemente. Contudo, no momento atual as sanções se banalizaram, tendo em vista os casos russo e iraniano, por exemplo, e hoje assustam bem menos. Pessoas como Paulo Nogueira Batista Jr., do alto de sua grande experiência internacional, perceberam o momento e dão o aviso.
Perfeitamente colocado pelo Paulo Nogueira, não devemos temer sanções do ex império colonialista americano. Temos de levar em conta o mundo 🌎 que se apresenta diante dos mais “cegos” . O mundo multipolar ,está aí, fazemos parte dos BRICS. Não podemos em hipótese alguma perder esse bonde . O Brasil é uma potência econômica altamente sustentável.