Por Wellington Calasans.
O ministro alemão Sven Dodelin criticou a OTAN por seu apoio incondicional a Israel e sua postura hipócrita em relação aos direitos humanos e ao direito internacional.
Dodelin também advertiu para os perigos decorrentes da tentativa de tornar a Ucrânia um país membro da OTAN e destacou a necessidade de uma Europa soberana e independente.
Qualquer pessoa que não seja parte dos “duoneoronianos” (aqueles da turma do Tico e Teco) sabe que criticar a OTAN é criticar os EUA, quem realmente manda naquela milícia que cobra por um serviço de proteção que não consegue entregar.
A OTAN é um dos tentáculos da maior máquina de corrupção do planeta, o Pentágono. Os países europeus mergulharam de cabeça na piscina vazia dos EUA e quebraram a cara na Ucrânia.
A Alemanha, por exemplo, dispensou o gás barato da Rússia e tem hoje a sua economia destruída. Agora tenta – via China – recuperar o acesso ao mercado russo e salvar a própria pele.
A Alemanha volta a errar quando intervém em favor de Israel no caso de genocídio denunciado pela África do Sul devido ao seu apoio incondicional a Israel. Com isso, se queima também no mercado africano.
A Alemanha é o segundo maior fornecedor de armas para Israel, o que contribui para os crimes de guerra e violações dos direitos humanos. O histórico alemão ratifica o know-how neste tipo de violação.
A Alemanha pode se agarrar a uma boia salva-vidas se descolar dos EUA, impor um embargo de armas a Israel para pressionar por um cessar-fogo e o fim dos crimes de guerra, exigindo o mesmo dos norte-americanos, mesmo sabendo que Israel é uma base militar dos EUA, povoada por fanáticos religiosos que servem como “escudo humano”.
A abordagem da OTAN em relação à guerra em Gaza mostra a hipocrisia e duplo padrão dos países membros. Enquanto Israel pratica um genocídio em Gaza, o silêncio é o atestado de cumplicidade do bloco militar nesta monstruosidade.
A entrada da Ucrânia na OTAN pode levar à Terceira Guerra Mundial devido à obrigação de assistência mútua do artigo 5° do Tratado do Atlântico Norte. A Rússia já avisou que vai apertar o botão vermelho e a OTAN não tem tecnologia para interceptar os “brinquedos russos”.
A OTAN é um instrumento dos interesses geopolíticos dos EUA e limita a soberania dos países membros. É a diplomacia norte-americana baseada no medo, no pânico, na sabotagem, na chantagem e na ingerência sobre todos os países.
Se a Alemanha descolar dos EUA, toda a Europa seguirá o mesmo caminho e poderá acontecer a “cubanização dos EUA”. Eu chamaria isso de “a vingança do espírito de Fidel”. A geopolítica não é estática. Todos os dias há movimentos no xadrez internacional. Os alemães sabem que precisam evitar o xeque-mate contra eles mesmos.