O Brasil vive uma falta de identidade crônica, tanto a nossa elite quanto o nosso povo perdeu o seu horizonte; a cultura suicida atrás do dinheiro e da riqueza fácil contaminou a todos.
A elite não investe em produção. A especulação e a indústria da mídia mostrando como todos podem ficar ricos sem trabalhar, numa espiral infinita, cegou a todos, ao ponto em que ninguém se perguntar de onde vem esse dinheiro sem lastro, sem bens de serviços ou quiçá uma atividade extrativista por trás.
A regra vigente do otário maior segue sendo o grande objetivo de todos. Um mercado vasto, vazio e sem chances de prosperar a médio prazo, mas que mesmo assim consegue cada vez mais adeptos nessa doutrina do “carpe diem“, ou viva o dia, o resto não importa.
Do outro lado um Estado vazio, corrupto e corruptor, especializado apenas na arrecadação e na criação cada vez mais da figura do funcionário publico genérico ou “neofuncionário”, o famoso DAS, o indicado, apaniguado que, sem controle e com um Estado frouxo quanto a punições, tem ao seu alcance um arcabouço de ferramentas para sugar o Estado, aniquilá-lo e ao mesmo tempo dele se locupletar no mais breve espaço de tempo possível.
Essa situação perversa entre trabalho e capital, entre quem investe e quem tenta conseguir apenas mais e mais ganhos sem o enfadonho trabalho da especialização laboral e um Estado que é alugado a cada quatro anos para um grupo alienígena, demonstra na prática toda a nossa degradação socioeconômica.
Mas isso é apenas o primeiro passo. Para essa doutrina se manter, é necessário anestesiar a sociedade em geral e dar boas e rasas causas para que todos se antagonizem, que mesmo iguais nos tornemos diferentes, que sexo, religião, cor ou principalmente a opção política se tornem itens obrigatórios para que sejamos dominados de fora com o mínimo esforço.
Bem vindo ao século XXI, ou melhor, a sua porção ocidental do século, a geração que vai ser mais burra do que a geração dos seus pais, além, é claro, que irão durar bem menos, até porque, depois do exposto, esse pessoal não tem grandes motivos para viver muito mesmo…