
Por Lorenzo Carrasco.
Uma guerra aberta com a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) levaria a Rússia a empregar todo o seu arsenal, inclusive as armas nucleares. A afirmativa é do ex-presidente russo Dmitri Medvedev (foto), que, no entanto, enfatizou que Moscou não está buscando um confronto com a aliança militar liderada pelos EUA.
Em mais um duro comentário em sua conta no Telegram, Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança Nacional, foi enfático: “uma vez que as nossas capacidades militares são incomparáveis, nós, simplesmente, não teremos chance. A resposta seria assimétrica. Para proteger a integridade territorial do nosso país, mísseis balísticos e de cruzeiro com ogivas especiais serão usadas… Isto será o proverbial Apocalipse, o fim de tudo.”
A veemência de Medvedev, que costuma atuar como um porta-voz “informal” do Kremlin, é uma resposta à sequência de declarações agressivas de lideranças ocidentais, feitas em paralelo com o exercício militar Steadfast Defender 2024 da OTAN, considerados os maiores em décadas, com a participação de 90 mil militares, devendo estender-se até maio próximo.
Uma delas foi o chefe do Comitê Militar da OTAN, o almirante holandês Rob Bauer, para quem “nós estamos nos preparando para um conflito com a Rússia”.
Outra foi o ministro da Defesa alemão Boris Pistorius, para quem a guerra na Ucrânia poderia se estender a outros países: “nós ouvimos ameaças do Kremlin todos os dias – mais recentemente, contra os nossos amigos nos Estados Bálticos.”
Para Medvedev, os líderes políticos ocidentais deveriam contar aos seus eleitores a “amarga verdade” sobre o desfecho de uma eventual guerra com a Rússia, em vez de “tratá-los como idiotas descerebrados”.