Por Lorenzo Carrasco.
Nesta terça-feira 5 março, o Departamento de Estado dos EUA anunciou a renúncia da subsecretária de Estado para Assuntos Políticos, Victoria Nuland. Uma das mais destacadas integrantes do ultrabelicista núcleo neoconservador que comanda a política externa estadunidense, ela desempenhou o papel de pitbull de plantão nos últimos três governos de Washington, sempre que ações políticas “de campo” de alto impacto eram necessárias. Seu marido, Robert Kagan, é um dos principais ideólogos do grupo, que defende a ferro e fogo a hegemonia dos EUA no mundo.
Em 2014, foi uma das articuladoras do complô que resultou na derrubada do presidente ucraniano Viktor Yanukovich, chegando a distribuir biscoitos a integrantes das manifestações contra o seu governo, na célebre Praça Maidan, em Kiev. Com a deflagração da guerra Rússia-Ucrânia, tornou-se virtualmente hiperativa, para atender a tantas missões intervencionistas.
O Brasil também esteve na sua agenda. Em 2022, veio ao país para “advertir” lideranças políticas e militares, de que os EUA não aceitariam qualquer tipo de ação que pusesse em dúvida os resultados da eleição presidencial daquele ano, inclusive, ressaltando a necessidade de confiança no sistema de urnas eletrônicas sem impressão dos votos.
Todavia, com a guerra na Ucrânia aproximando-se do desfecho mais que previsível de um triunfo militar russo, a renúncia de Nuland é admissão de derrota da política de contenção da Rússia pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Já vai (muito) tarde.