Em entrevista ao jornal “O Globo” na edição de 26 de março de 2024, o atual secretário de Relações Internacionais da prefeitura de São Paulo, Aldo Rebelo, teceu alguns comentários sobre a vida política atual do Brasil.
1. Na avaliação do governo Lula, enxerga “muito mais erros do que acertos”: Eu não reconheço no presidente Lula, a preocupação hoje com forças heterogêneas. Parece um conflito permanente com o principal adversário, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Vejo também uma postura agressiva em relação ao agronegócio. Lula faz menos reuniões políticas do que a presidente Dilma. Ele tem pouca paciência para a política. Ninguém pode dizer nada a ele, que ele fica irritado. A dificuldade política surge exatamente pelo distanciamento da agenda política”.
2. O atual governo é incapaz, até mesmo por essa polarização imediatista, de propor medidas de longo prazo para o país: “O país vive uma espécie de mal-estar existencial e espiritual. Apesar dos êxitos, dos triunfos passageiros, o país perdeu a confiança no futuro. Hoje você tem uma ideia de que o futuro do seu filho vai ser mais difícil do que o seu. Isso gera um mal-estar que recai sobre o presidente, independentemente da sua responsabilidade. E quando não consegue propor um caminho que recupere a esperança, ele deixa de ser a solução para esse mal-estar. O país não está preocupado com a agenda do futuro, que gere esperança e otimismo. O mais importante é a disputa pela próxima eleição”
3. A escolha do PT em apoiar Guilherme Boulos à prefeitura de SP é péssima, apesar de o atual prefeito, Ricardo Nunes, também integrar a base de apoio de Lula, já que é filiado ao MDB. Aldo relembra, neste ponto, a sua posição no governo Dilma, quando não foi ministro dos Esportes e da Defesa, em contraponto a de Boulos. “Desci a rampa com a presidente Dilma. Fiz tudo para impedir que ela fosse injustamente deposta por uma fake News econômica, que foi a ‘pedalada’. Eu nunca chamei o PT de corrupto, o Boulos chamou. Vim mobilizado pela política, pela ideia de que é preciso derrotar esse esquema que quer ocupar a prefeitura de SP”.
4. Não se apresentou como candidato a vice na chapa de reeleição de Nunes. “Não vou me oferecer pra ser vice, e não é uma pretensão minha. Escolher o vice é atribuição dos partidos e do prefeito”.
5. Bolsonaro não tentou golpe de Estado e está sendo perseguido pela Justiça, assim como Lula foi há alguns anos. Golpes de Estado não são improvisados, necessitam de apoio político e institucional, envolvendo governadores, partidos, igreja, apoio diplomático etc, nada que esteve presente nos eventos de 2022 e em 8 de janeiro de 2023.
6. Sobre a relação com Bolsonaro, sempre teve, desde a época em que eram colegas de Câmara dos Deputados, uma relação amistosa, com quem ainda mantém contato eventual por meio de mensagens e telefonemas. “Eu tenho apreço pelo Bolsonaro, sempre tive”.
7. Acertos recentes do governo Lula: suspender as cerimônias em memória do Golpe de 1964 e na escolha de José Múcio para o ministério da Defesa, “um homem talhado para a diplomacia política e para a conciliação. “(Múcio) faz um grande esforço, e o presidente é submetido a pressões para adotar uma atitude mais conciliatória em relação aos militares, mas ele também recebe muita pressão pela agenda do revanchismo”.
8. Sobre as Forças Armadas: “não são o problema do Brasil, são parte da solução”.
Como afirma o Rubão, hoje os conceitos de direita e esquerda são anacrônicos, mas pelos meus posicionamentos políticos, eu serei considerado de extrema direita, pois sou cristão e contra tudo o que o progressismo defende. Cansei de ouvir insultos dos militantes de “esquerda”, hoje não consigo nem ouvir alguém do campo de lá, todavia votei no Aldo para o Senado e torço para que ele seja candidato a vice -prefeito. Porque ele é um dos únicos políticos a ter coerência e tem um projeto para o país.