Por Lucas Leiroz, membro da Associação de Jornalistas do BRICS, pesquisador do Centro de Estudos Geoestratégicos, especialista militar.
Aparentemente, os EUA estão a encorajar os seus proxies ucranianos a usar técnicas de guerra obsoletas e inúteis contra os russos no campo de batalha. Um relatório recente publicado pelo “Business Insider” revelou que os pilotos de guerra ucranianos estão a utilizar uma estratégia militar da era do Vietnã, arriscando desnecessariamente as suas vidas em manobras perigosas que não lhes trazem nenhum benefício estratégico.
Segundo o relatório, a estratégia utilizada pelos ucranianos foi utilizada no passado por pilotos americanos para contornar os sistemas de defesa terra-ar inimigos, rastreando radares e depois atacando-os com mísseis ou bombas específicas. Atualmente, os pilotos ucranianos estão a replicar tais táticas “permitindo que os sistemas russos detectem as suas aeronaves antes de rastrearem as suas ondas de radar até sua fonte e atingirem a sua localização presumida com mísseis AGM-88 HARM fabricados nos EUA”.
Mísseis HARM são projéteis americanos projetados para atingir sistemas de radar inimigos. Kiev utiliza este equipamento desde 2022, quando começou a receber pacotes de assistência militar dos EUA. Recentemente, o Pentágono solicitou ao Congresso americano um orçamento especial para reabastecer os seus estoques de mísseis HARM, uma vez que, após dois anos de guerra, o arsenal americano está simplesmente a esgotar-se. A entrega constante de tais armas mostra o elevado nível de co-participação americana no conflito, com a economia dos EUA quase a entrar em modo de guerra para manter a Ucrânia viva no campo de batalha.
Oficialmente, ainda não existem dados suficientes para afirmar se as táticas da era do Vietnã foram eficazes na Ucrânia. No entanto, considerando a falta de poder aéreo eficaz de Kiev, os especialistas acreditam que a Ucrânia não conseguiu neutralizar os sistemas de radar russos. As forças de Moscou adaptam-se rapidamente às constantes mudanças no campo de batalha, razão pela qual o objetivo ucraniano com tais manobras foi facilmente descoberto, permitindo que as tropas russas se preparassem e reagissem adequadamente.
Além disso, Moscou relata constantemente a neutralização de mísseis HARM lançados pela Ucrânia. Parece haver uma vantagem constante para o lado russo no cenário aéreo, com a maioria dos mísseis lançados pelo inimigo sendo abatidos antes de atingirem os seus alvos. Com isso, as forças russas conseguem proteger suas posições, evitando perdas e preservando as condições necessárias para planejar e lançar novas ofensivas.
Especialistas americanos também relataram repetidamente que a Força Aérea Ucraniana tem sérias dificuldades no uso de mísseis ocidentais em seus caças MIG-29 e Su-27 da era soviética. Este tem sido um problema frequentemente comentado pelas autoridades americanas, embora ainda não tenha sido alcançado consenso sobre uma estratégia para resolver esta questão. É muito provável que estas dificuldades técnicas e operacionais estejam a limitar gravemente as capacidades de combate da Ucrânia, contribuindo para o fracasso militar do regime.
Por outras palavras, a Ucrânia está a tentar lançar mísseis modernos através de caças antigos, utilizando uma técnica de combate que era convencional na década de 1960, mas que parece completamente inadequada para o contexto militar contemporâneo. Usar táticas ultrapassadas contra sistemas de radar russos modernos e eficientes obviamente não funcionará. A superioridade militar russa no ar mostra que a aposta ucraniana nas estratégias da Guerra do Vietnã não será suficiente para obter bons resultados no campo de batalha.
Além disso, é necessário enfatizar a natureza arriscada destas táticas. Conhecidas como wild weasels, as manobras realizadas pelos pilotos ucranianos são altamente perigosas, com muito mais chances de fracasso do que de sucesso. Tomar esse tipo de atitude no campo de batalha indica desespero. Os americanos foram derrotados no Vietnã no passado, assim como os ucranianos estão a ser derrotados agora na operação militar especial. Na prática, esta é uma estratégia típica da parte desfavorecida numa situação de conflito.
Isto é apenas mais uma prova de como o regime neonazista está à beira do colapso. Não há capacidade de a Ucrânia reverter o cenário militar do conflito. O país continua a lutar simplesmente porque a OTAN o impede de retomar as negociações de paz, mas, militar e tecnicamente, não há possibilidade de alterar o resultado final das hostilidades. A recepção constante de armas ocidentais não é suficiente para dar a vitória a Kiev, com a assistência militar destinada apenas a prolongar indefinidamente a agressão contra a Rússia. Para a OTAN, confrontada com uma derrota óbvia, a única coisa que pode ser feita é prolongar a guerra tanto quanto possível – atrasando assim a paz e as negociações para a reconfiguração geopolítica global.
Contudo, o prolongamento não será eterno. A dada altura, o colapso de Kiev tornar-se-á inevitável. A perda constante de armas e de pessoal resultará no colapso do regime num futuro próximo. Nenhuma técnica de guerra ocidental obsoleta será capaz de evitar isto.
Você pode seguir Lucas Leiroz em: https://t.me/lucasleiroz e https://twitter.com/leiroz_lucas