Do Movimento de Solidariedade Íbero-americana.
O governo federal, via ministro dos Transportes Renan Filho, anunciou a intenção de contratar consultorias estrangeiras para assessorá-lo na reconstrução do Rio Grande do Sul. Segundo ele,
a primeira a ser contatada será a Agência de Desenvolvimento Alemã (GIZ), que construiu diques no estado na década de 1960; caso ela decline, abrirá uma concorrência internacional para a tarefa.
Igualmente, a Prefeitura de Porto Alegre anunciou a contratação da empresa de consultoria estadunidense Alvarez & Marsal fazer o mesmo na capital gaúcha.
É difícil entender a motivação de tais contratações, quando o Brasil dispõe de um vasto “know-how” para essa empreitada, em instituições de pesquisa, órgãos públicos e empresas de consultoria e engenharia, detentores de um conhecimento do terreno muito maior do que qualquer entidade estrangeira. Para citar apenas alguns exemplos de centros de excelência, o Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a COPPE-UFRJ, o LACTEC da Universidade Federal do Paraná, o Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias-INPH e outros.
Evidentemente, não se pode descartar a participação pontual de consultores estrangeiros nesse esforço, em áreas especializadas específicas, mas de modo algum em funções de planejamento como as pretendidas, que, além disto, implicariam em um desnecessário dispêndio de divisas preciosas num momento como esse.