Ontem, dia 31 de agosto de 2020, o Presidente da Venezuela Nicolas Maduro concedeu indultos a vários políticos de oposição que se encontravam detidos ou exiladas em embaixadas de outros países. O contexto: no próximo dia 6 de dezembro, realizar-se-ão eleições para a Assembleia Nacional, a câmara legislativa do país, que é controlada pela oposição, na figura de Juan Guaidó, autoproclamado “presidente interino” da Venezuela, reconhecido como tal por vários países, incluindo, vergonhosamente, o Brasil.
Não é de hoje que a “batata” de Guaidó “está assando”: a própria máquina do Deep State estadonidense reconhece que apostaram alto demais em uma aventureiro. Guaidó achava que com a posse de Jair Bolsonaro, supostamente totalmente alinhado a Washington, lhe facilitaria o caminho para se sentar na cadeira presidencial no Palácio Miraflores. O plano malogrou, sobretudo depois que Putin reiterou seu apoio a Maduro, impedindo qualquer tentativa de intervenção por vias militares. Com apoio logístico, militar e de inteligência.
Com essa medida, Maduro busca ganhar legitimidade de forma a reorganizar a oposição, esvaziando a figura atrapalhada de Juan Guaidó. O presidente legítimo da Venezuela sabe que precisa de uma oposição mais confiável, que não seja capaz de envolver o país em conflitos externos e que piore o isolamento diplomático ao Regime Bolivariano. Quem sabe ele não esteja aprendendo a jogar xadrez com os russos?
Por outro lado, conforme o PORTAL RUBEM GONZALEZ já anunciou antes, Donald Trump mostra-se aberto a abrir um diálogo com o presidente legítimo da Venezuela. Outro presidente republicano, Richard Nixon, demonstrou tal ousadia, no início dos anos 1970, ao reatar laços com a República Popular da China. Apesar de que, dois anos depois de tal empreitada, Nixon tenha sofrido processo de impeachment e acabou por se tornar o primeiro presidente estadonidense a renunciar. Trump provavelmente está ciente de até onde as “forças ocultas” lhe permitem ir e que o processo de distensão não pode ser feito de forma abrupta.
Enquanto isso, segue o embargo econômico e diplomático à Venezuela, um ato de guerra tomado pelo ex-presidente Barack Obama, ganhador do Prêmio Nobel da Paz, que tinha como vice Joe Biden. O mesmo que concorre à presidência no próximo pleito de novembro, com a torcida, aqui no Brasil, de muitos petistas, psolistas e ciristas. Os mesmos que denunciam o suposto “golpe” contra Dilma, com ajuda de Washington, sendo que lá estava sentado, em 2016, o mesmo Biden. Vai enteder… ou não?
Arthur Kowarski